Cadeia do Hidrogênio Verde prevê série de ações para garantir qualificação profissional no Ceará

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Hidrogênio Verde. Foto: Divulgação

O chamado combustível do futuro já está presente no pensamento de Maxwell Lopes. Estudante de Eletromecânica no Centro Vocacional Técnico (CVTec) São Gonçalo do Amarante, localizado próximo ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), ele realiza estudos sobre os potenciais dessa nova cadeia, que deverá proporcionar ao Ceará um espaço de protagonismo.

“Chamou minha atenção as vantagens do hidrogênio verde. Além de ser um elemento químico mais leve, ele possui um maior valor energético e não é poluente ao meio ambiente. Os profissionais de Eletromecânica podem se envolver na área na parte de manutenção de elétrica e mecânica no sistema de geração de energia elétrica e renovável”, almeja.

Obtido a partir da geração de energias renováveis, como a solar e a eólica, o hidrogênio verde ganhou esse sobrenome por ser quase nulo em emissões de carbono. A partir dos projetos que estão em estudo, almeja-se que o H2V possa substituir combustíveis fósseis em diferentes setores, como transporte, indústria e geração de energia.

O Ceará é um dos estados que saem na frente na construção da cadeia do hidrogênio verde graças aos potenciais eólico, solar e logístico do estado e à condição de importante player nos mercados nacional e internacional – já tendo, inclusive, assinado 35 memorandos de entendimento para o desenvolvimento do Hub de Hidrogênio Verde.

Para que todas essas perspectivas se concretizem, o Governo do Ceará, por meio de diferentes estratégias, planeja ações de formação e qualificação profissional para capacitar as mentes que vão dar vida à cadeia do hidrogênio verde no território cearense.

Nessa perspectiva, um pacto envolvendo Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Federação do Comércio do Ceará (Fecomércio), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) pretende qualificar cerca de 1,3 mil pessoas em São Gonçalo do Amarante, município onde se localiza o Cipp. O objetivo dos parceiros é unir esforços para proporcionar capacitação baseada na alta demanda no município por profissões específicas e na nova agenda de desenvolvimento do Ceará, que inclui o H2V.

“Queremos que nossos jovens sejam protagonistas desse momento histórico tão significativo para nosso estado. Unindo governos, instituições e a iniciativa privada, teremos uma chance de ouro de gerar grandes profissionais para essa revolução energética que é o hidrogênio verde. Em São Gonçalo do Amarante, colocamos nosso CVTec a serviço da formação e qualificação da população para que toda a cadeia do H2V seja representada por cearenses”, destaca Acrísio Sena, diretor-presidente do Centec, Organização Social (OS) contratada pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), para executar ações no âmbito da educação profissional e tecnológica no Estado.

Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) já preveem vagas específicas para essa área. Segundo pesquisa realizada pela Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp), suas associadas pretendem criar ainda neste ano 320 vagas com funções dedicadas ao hidrogênio verde. Eduardo Amaral, presidente da Aecipp, ressalta a importância do alinhamento entre empresas, associações, governo e instituições de capacitação, como o Instituto Centec, para que o Ceará aproveite ao máximo todas as oportunidades oriundas desse novo mercado.

“Temos uma grande janela de oportunidades com o hidrogênio verde e precisamos aproveitá-la. Na Aecipp, estamos discutindo com entidades como IFCE, Instituto Centec e Sesi acerca da importância de qualificar a mão de obra para esse mercado em tempo hábil. Estima-se 100 mil empregos dentro da cadeia de hidrogênio verde no Estado. Por isso, precisamos desenvolver essa mão de obra para abraçar as oportunidades que estarão disponíveis”, diz Eduardo Amaral.

Ainda como forma de colaborar para uma formação profissional pautada no desenvolvimento sustentável, o Centec criou o Grupo de Trabalho de Energias Renováveis. “O debate em energia renovável no estado do Ceará é de extrema importância e temas como energia solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde são discutidos para possibilitar troca de conhecimento e experiências entre especialistas, empresas e comunidades, impulsionando o desenvolvimento de políticas públicas e programas de incentivo para o uso dessas fontes renováveis”, explica Emanuel Mariano, coordenador da Assessoria de Tecnologia da Informação e Comunicação do Centec.

Como futuro técnico em Eletromecânica, Maxwell Lopes vislumbra desde já a necessidade de continuar aprimorando sua profissão para descobrir e trabalhar os potenciais das energias renováveis. “O mundo tem passado por problemas como aquecimento global, efeito estufa e poluição, fatores que são consequência do consumo prolongado e excessivo de combustíveis fósseis e não-renováveis. Um assunto que deve ser abordado é como iniciar o processo de descarbonização do planeta e a urgência em utilizar energias limpas”.

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