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O resultado fiscal do setor público brasileiro em julho trouxe surpresas negativas, com a dívida pública bruta do país subindo para 78,5% do Produto Interno Bruto (PIB), em comparação aos 77,8% registrados no mês anterior. Os dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (30) também revelaram um déficit primário de R$ 21,348 bilhões, significativamente acima das previsões dos economistas consultados pela Reuters, que esperavam um saldo negativo de apenas R$ 5 bilhões.
O déficit primário do setor público consolidado foi composto por um saldo negativo de R$ 8,618 bilhões do governo central, R$ 11,138 bilhões dos governos regionais e R$ 1,692 bilhão das empresas estatais. Esses números refletem a diferença entre as receitas e despesas do governo, desconsiderando o pagamento de juros da dívida.
O aumento da dívida bruta foi impulsionado principalmente pelos juros nominais apropriados, que contribuíram com 0,7 ponto percentual, e pelas emissões líquidas, que acrescentaram mais 0,4 ponto percentual ao índice. Embora o crescimento do PIB tenha gerado uma redução de 0,5 ponto percentual na dívida pública, esse efeito foi insuficiente para contrabalançar os fatores de alta.
Por outro lado, a dívida líquida do setor público, que desconta os ativos do governo, apresentou uma leve queda, passando de 62,2% para 61,9% do PIB, resultado próximo à expectativa dos economistas, que projetavam 62,3%.