O fato: De acordo com a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica em Fortaleza e na Região Metropolitana (RMF) apresentou uma deflação de 6,94% em agosto de 2024. Este valor foi o menor do Brasil durante o período analisado, indicando que a cesta básica da capital e da RMF foi a que mais diminuiu de preço entre as 17 capitais estudadas.
Impacto: Os habitantes de Fortaleza e da RMF pagaram R$ 630,48 para adquirir os itens da cesta básica em agosto, comparado aos R$ 677,53 de julho. A redução foi impulsionada pela diminuição dos preços de oito dos 12 produtos mais pesquisados, incluindo uma queda significativa no tomate, que teve uma redução de 43,11%, passando de R$ 110,52 para R$ 62,88.
Contexto e análise: O custo da cesta básica para uma pessoa adulta representou 48,27% do salário mínimo líquido, após o desconto da previdência social de 7,5%. Para uma família padrão de quatro pessoas, o gasto com a cesta básica foi de R$ 1.891,44. Além disso, foram necessárias 98 horas e 14 minutos de trabalho para adquirir uma cesta básica, considerando o salário mínimo atual de R$ 1.412.
Os produtos que apresentaram aumento de preço foram a banana (6,95%), o café (4,51%), a carne (1,06%) e o óleo (0,56%). Em contraste, itens como farinha, feijão, manteiga, açúcar, pão, leite e arroz tiveram variações negativas.
Perspectiva futura: A pesquisa do Dieese também revelou que o salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas no Brasil em agosto deveria ser de R$ 6.606,13, muito acima do salário mínimo atual de R$ 1.412. Em julho de 2024, esse valor ideal era de R$ 6.802,88, e em agosto de 2023 era de R$ 6.389,72. Este dado foi calculado com base na cesta mais cara do Brasil, que em agosto foi a de São Paulo, e considera a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve cobrir despesas básicas como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.