O deputado estadual Fernando Santana (PT) anunciou, na noite desta sexta-feira, 22, que não irá concorrer à presidência da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). A indicação de seu nome pela “base aliada” foi apontada como o “estopim” para o desgaste na relação entre o senador Cid Gomes (PSB), o governador Elmano de Freitas (PT) e, ao fim das contas, com o ministro Camilo Santana.
Análise: O caminho da desistência foi apontado pelo Focus Poder, em texto assinado pelo editor Fábio Campos (veja aqui) na tarde desta sexta-feira, como a menos desconfortável. Principalmente para o governador Elmano de Freitas, que ganhou o carimbo de responsável direto e único por bancar o nome de Santana para a Assembleia, mesmo que o mercado político saiba que não é exatamente assim.
O que ele disse:
“Diante de algumas ponderações e do contexto atual, para a importância da manutenção dessa aliança coesa e forte, anuncio que abro mão de minha candidatura. Faço isso com a tranquilidade da alma, porque não faço política como projeto pessoal, mas coletivo. Continuarei firme , ao lado dos nossos aliados, na luta por um Ceará cada vez mais forte.”
Vá mais fundo:
A disputa pela presidência de Alece expôs divergências internas que vão além de nomes e sofre com os desfastes naturais de relações longevas na política. A decisão do deputado Fernando Santana, concunhado de Camilo, evita a ruptura que se anunciava, o que iria impactar a governabilidade do Estado e a articulação política para 2026, com eleições de imensa complexidade. Com isso, o senador Cid Gomes mostrou força concretizando-se como um fiel da balança no jogo político do Ceará.
Entrelinhas: essa sucessão de acontecimentos, que se deu entre sábado passado e a noite desta sexta-feira, 22, não passou de uma “pisada de bola”. Um movimento desnecessário que, por muito pouco, não jogou o senador Cid Gomes na oposição, que esfregava as mãos na expectativa de ter esse aliado de grande portência na disputa estadual de 2026.