STJ anula processo por injúria racial contra homem negro e não reconhece “racismo reverso”

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Plenário do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foto: Divulgação

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus para anular todos os atos de um processo de injúria racial movido contra um homem negro, acusado de ofender um branco com referências à cor da pele. O julgamento afastou a possibilidade de reconhecimento do chamado “racismo reverso”, reforçando que a injúria racial está ligada à opressão histórica sofrida por grupos minoritários.

📌 Por que é importante?

  • Reafirmação do conceito de racismo estrutural: A decisão reforça que o racismo está enraizado em estruturas históricas de opressão contra minorias raciais.
  • Interpretação conforme o Protocolo de Julgamento com Perspectiva Racial: O julgamento segue diretrizes do CNJ, que buscam garantir uma leitura mais justa e coerente das leis sobre racismo.
  • Diferenciação entre crimes contra a honra e injúria racial: O STJ destacou que ofensas entre pessoas de raças distintas podem ser configuradas como crimes contra a honra, mas não necessariamente como injúria racial.

📌 Qual a consequência da decisão judicial?

  • Precedente relevante: A decisão pode influenciar futuros casos, impedindo que a legislação antirracista seja utilizada de maneira desvirtuada.
  • Evita criminalização indevida: Garante que pessoas negras não sejam indevidamente acusadas de injúria racial em contextos onde não há histórico de opressão.
  • Maior segurança jurídica: Estabelece critérios mais claros para a aplicação da Lei 7.716/1989, que trata dos crimes raciais.

📌 Qual seu efeito na prática?

  • Impacto na atuação do Ministério Público e da Justiça: Promotores e juízes precisarão considerar a história de opressão racial ao avaliar casos de injúria racial.
  • Maior proteção para grupos minoritários: O entendimento fortalece a proteção jurídica contra a discriminação racial verdadeira.
  • Evita uso equivocado das leis antirracismo: Impede que mecanismos criados para proteger minorias sejam utilizados de maneira invertida contra elas.

A decisão do STJ reforça que a luta contra o racismo precisa considerar o contexto histórico e estrutural da discriminação, garantindo que a legislação seja aplicada de forma coerente com sua finalidade original.

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