Governo Milei oficializa termos ofensivos como “idiota” e “imbecil” para pessoas com deficiência e escancara retrocesso

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Javier Milei. Foto: Divulgação/Instagram

A nova regulamentação da Argentina para concessão de pensões por invalidez laboral causou indignação ao recuperar expressões arcaicas e ofensivas como “idiota”, “imbecil” e “débil mental” para classificar diferentes graus de deficiência intelectual. A decisão, publicada pela Agência Nacional de Deficiência (ANDis), é considerada um grave retrocesso por especialistas e organizações de direitos humanos.

Por que importa?

A Argentina, signatária da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, tem obrigações legais para promover a inclusão e a dignidade dessa população. A nova classificação reforça estereótipos discriminatórios e ignora avanços internacionais na forma de tratar a deficiência.

O que diz a nova regulamentação?

• O texto categoriza pessoas com deficiência intelectual conforme sua capacidade de ler, escrever, administrar dinheiro e realizar tarefas básicas.

• Segundo o decreto, “idiotas” são aqueles que não atravessaram a fase glósica, não leem nem escrevem e não vivem de forma independente.

• “Imbecis” são definidos como capazes de realizar tarefas rudimentares.

• “Débeis mentais profundos” podem apenas assinar o próprio nome e realizar trabalhos simples.

Uma cópia de um decreto ultrapassado

O modelo adotado pelo governo Milei copia integralmente um regulamento assinado em 1998 pelo então presidente Carlos Menem, que já havia sido reformulado para se adequar às diretrizes internacionais.

Reação e pressão internacional

• Organizações como a Associação Civil por la Igualdad y la Justicia (ACIJ) e outras seis ONGs entraram com um pedido formal para que a norma seja revogada.

• Especialistas criticam a mudança por reforçar uma visão médica ultrapassada, que trata a deficiência como um problema do indivíduo, e não como uma questão social.

• A ONU e outras entidades globais devem cobrar esclarecimentos do governo argentino sobre a decisão.

E agora?

A pressão por uma revogação cresce, enquanto o governo Milei mantém silêncio sobre as críticas. A polêmica reforça a preocupação com os rumos da política social na Argentina e pode aumentar o isolamento do país no cenário internacional.

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