No mundo corporativo de 2025, parecer ocupado virou uma habilidade. A Geração Z, obrigada a voltar aos escritórios, está elevando o “taskmasking” (ou o “mascarmento de tarefas“) a um novo patamar — um teatro diário de produtividade performática para impressionar chefes e sobreviver à rotina presencial.
Por que importa:
Empresas como Amazon, Goldman Sachs e Washington Post exigem o retorno presencial, mas muitos jovens profissionais — acostumados ao home office — preferem parecer produtivos a, de fato, serem. O “taskmasking” virou estratégia de sobrevivência e resistência silenciosa contra a rigidez do escritório.
Como se destacar sem fazer nada
Os truques são simples, mas eficazes:
- Digitar alto: Mesmo que seja um e-mail para si mesmo, o som frenético das teclas grita: “Estou produzindo!”
- Circular com o laptop: Andar pelo escritório com o computador em mãos é o novo sinônimo de “estou em algo importante”.
- AirPods o dia todo: Reuniões virtuais? Talvez. Um podcast aleatório? Provável. Mas a imagem de foco está garantida.
- Olhar concentrado na tela: Navegar no feed, mas com semblante sério. O importante é o teatro.
- Conversas performáticas: Encontros no bebedouro? Só se for para falar sobre trabalho. Nada de comentar a série da moda.
A arte de fingir (e se exaurir)
“É cansativo mascarar o tempo todo no trabalho”, diz Gabrielle Judge, criadora de conteúdo e ex-funcionária do setor de tecnologia. Para ela, o “masking” é menos sobre produtividade e mais sobre encenação corporativa (The Guardian).
O problema é que o cansaço vem não do trabalho em si, mas do esforço de parecer ocupado. É o preço de sobreviver ao novo normal: fingir produtividade para não virar alvo de cobranças.
O chefe está de olho — e espionando
A má notícia? Os chefes estão ligados. Um estudo de 2021 mostrou que 80% das empresas monitoram trabalhadores remotos e híbridos. E a vigilância não parou nos escritórios: sensores de movimento, luz e umidade já estão em ação para identificar quem realmente está trabalhando — ou apenas encenando.
No fundo, é tudo sobre controle
Para muitos, o “masking de tarefas” é um protesto silencioso contra o modelo corporativo antiquado. “A Geração Z viveu marcos importantes em casa, estudou remotamente, trabalhou produtivamente no home office. A ideia de que o trabalho só acontece no escritório é fora da realidade”, diz Judge.
O recado para os chefes é claro: se o trabalho está sendo entregue, importa mesmo onde ele acontece — ou é só sobre ver gente sentada em cadeiras?
O “masking” não é só sobre fingir. É sobre mostrar que, no fundo, o problema não é a produtividade. É o modelo de trabalho que insiste em controlar corpos em vez de valorizar resultados.