Podemos pensar que, dos milhares que acompanhavam o placar que sairia do julgamento feito pela 1a turma do STF nesta semana, um deles tinha seu coração e suas aspirações mais diretamente afetadas: o (ainda) governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REPUBLICANOS). Nome mais forte para suceder Jair Bolsonaro na corrida presidencial de 2026, a julgar o que dizem as pesquisas até aqui reveladas, Tarcísio vem ensaiando, há muito tempo, movimentos em que contempla os radicais do bolsonarismo, os (supostos) moderados do mercado financeiro e da direita do Centrão e, até mesmo, movimentos que ensaiam docilidade ao histriônico Silas Malafaia.
Com o 4×1 contra Bolsonaro proclamado hoje, pela tentativa de golpe de estado levada a cabo por ele e um conjunto importante de assessores, Tarcísio entra agora em um momento importante em sua corrida rumo à escolha presidencial, uma vez que, com Bolsonaro inelegível e condenado, postar-se-á como o “trunfo eleitoral” desse conjunto de interesses acima citado. Poderá impor-se tanto a Bolsonaro e seu grupo político quanto à direita tradicional; e pode, ao mesmo tempo, ser instado a, ainda mais (como se viu no último domingo), flertar com a radicalidade de seu (até agora) padrinho político.