O fato: As ações da Azul (AZUL4) registraram forte oscilação na manhã desta segunda-feira (16), após a companhia aérea confirmar que está em negociações com arrendadores de aeronaves para revisar sua estrutura de capital. O objetivo é substituir uma dívida de US$ 580 milhões por participação societária na empresa, como parte do plano de otimização de capital firmado em 2023.
Números: Na primeira meia hora de negociações, os papéis da Azul dispararam 15,35%, alcançando R$ 5,71. Entretanto, por volta das 11h, o movimento perdeu força, e as ações estavam com alta de 4,44%, cotadas a R$ 5,17. As ações abriram o pregão em leilão, devido à alta volatilidade gerada pelas expectativas do mercado em relação às negociações.
Comunicado: Em nota enviada ao mercado, a Azul afirmou que, embora as conversas estejam avançadas, ainda não há um documento formal vinculante. Os termos e condições de uma possível reestruturação estão sujeitos a novas discussões. A empresa também destacou que essas negociações não limitam outras opções que possam surgir para otimizar sua estrutura de capital.
Opinião dos analistas: Analistas da Genial Investimentos comentaram que as negociações, que haviam sido ventiladas no fim de agosto, estão perto de uma conclusão. A diluição esperada no capital da companhia está entre 20% e 30%, um pouco superior aos 18% projetados no ano anterior. O mercado pareceu desconsiderar atualizações anteriores sobre o tema, levando à forte oscilação das ações.
Cenário da Azul: A Azul enfrenta um período turbulento em 2024. No acumulado do ano, suas ações caíram 66%, com perdas de mais de 40% apenas desde agosto. A empresa busca tranquilizar o mercado, afirmando que está em negociações diretas com credores para evitar um pedido de Chapter 11, que corresponde a um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, medida temida pelos investidores.