A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse neste domingo, 28, que o esvaziamento, ao qual chamou de “amputações”, sofrido na última quarta-feira por sua pasta atinge os interesses estratégicos do Brasil não apenas ambientais, mas também econômicos.
Em entrevista à GloboNews junto com a ministra Sonia Guajajara – dos Povos Indígenas, pasta que também teve poderes retirados na reestruturação de ministérios aprovada por comissão especial no Congresso -, Marina pontuou que vários investidores já consideram as dificuldades de investir no Brasil em razão das sinalizações dadas pelo Congresso.
“Isso se reflete nos interesses estratégicos em termos econômicos e ambientais”, declarou a ministra, lembrando que o mundo está fechando as portas a economias intensivas em carbono. “Se existe um país que pode ter economia de baixo carbono, esse país é o Brasil.”
A ministra não deixou de reconhecer as contradições que existem em um governo de frente ampla, porém procurou demonstrar confiança de que as decisões da comissão serão revertidas quando chegarem ao plenário. “Até chegar ao plenário, existe espaço de diálogo com o Congresso”, assinalou Marina, antes de dizer que tem “esperança” quanto a um reposicionamento das lideranças do Legislativo.
Segundo ela, essas lideranças sabem dos interesses do agronegócio, da balança comercial e dos investidores que estão em jogo. “Nós estamos trabalhando até o último momento para preservar nossas competências”, afirmou Marina. “O negacionismo não vai prevalecer, vai prevalecer o mérito das questões”, acrescentou.