O Banco Central (BC) do Brasil interveio no mercado de câmbio nesta sexta-feira (30) com a venda de US$ 1,5 bilhão em um leilão à vista realizado entre 9h30 e 9h35. A medida, anunciada pela autarquia na véspera, foi motivada por um “fluxo atípico” de dólares relacionado ao rebalanceamento de um dos principais índices de referência para investidores globais, o Morgan Stanley Capital International (MSCI). O presidente do BC, Roberto Campos Neto, explicou que a ação visou corrigir uma disfunção no mercado, que vinha enfrentando uma forte alta do dólar.
Na última quinta-feira (29), o dólar à vista alcançou R$ 5,6227, acumulando uma valorização de 2,61% em apenas quatro sessões. Em um evento promovido pela XP Investimentos, Campos Neto destacou que o BC continuará monitorando o mercado e que novas intervenções poderão ocorrer se necessário. “Cabe ao BC mapear o tamanho desse desbalanceamento e agir quando houver um descolamento muito grande dos fundamentos”, afirmou.
Essa foi a segunda intervenção do BC no câmbio durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira no mercado à vista. Anteriormente, em 1º de abril deste ano, a instituição ofertou 20.000 contratos de swap cambial, equivalentes a US$ 1 bilhão, para atender à demanda gerada pelo resgate de títulos NTN-A3 indexados ao dólar.
Apesar da intervenção desta sexta, o dólar continuou a oscilar durante o dia. Logo após o leilão, a moeda americana chegou a registrar uma queda de 0,72%, mas logo reverteu o movimento, alcançando uma alta de 1% em determinado momento. Às 12h57, o dólar à vista subia 0,19%, sendo cotado a R$ 5,6333.
O BC afirmou que dispõe de reservas suficientes para realizar novas intervenções cambiais, caso necessário, e que a ação desta sexta foi uma resposta ao cenário específico de desequilíbrio gerado pelo mercado internacional.