
O fato: O aumento do custo da cesta básica em 15 capitais brasileiras em abril expôs mais uma vez o peso da inflação alimentar sobre as famílias trabalhadoras. O levantamento do Dieese, divulgado nesta quinta-feira (8), revela que o impacto foi generalizado, com destaque para Porto Alegre (5,3%), Recife (4%), Vitória (4%) e São Paulo (3,2%).
Dados por capitais: Fortaleza, embora não tenha tido uma das maiores altas no mês, registrou a maior variação no preço da carne bovina de primeira no acumulado de 12 meses: alta de 29,2%, acima de Brasília (29%) e São Paulo (28,6%).
São Paulo segue liderando o ranking das capitais com a cesta mais cara: R$ 909,25, valor que compromete mais da metade de um salário mínimo líquido. Em contraste, os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 579,93) e Salvador (R$ 632,12), únicas cidades que registraram queda no custo da cesta no comparativo anual.
Detalhes: O Dieese estima que, para garantir as condições mínimas previstas na Constituição para uma família de quatro pessoas — alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, lazer e previdência — o salário mínimo em abril deveria ter sido de R$ 7.638,62. Isso representa mais de cinco vezes o valor atual de R$ 1.518.
No acumulado de janeiro a abril de 2025, todas as 17 capitais pesquisadas tiveram aumento no custo da cesta básica, com taxas que variaram de 4,39% (Brasília) a 10,94% (Recife). A alta foi puxada por produtos como o café, que subiu em todas as capitais (com pico de 15,5% em Vitória), batata (35% em Porto Alegre) e tomate (alta de 51,9% na mesma cidade).