
O debate eleitoral realizado pela Band nesta quinta-feira, 8, a partir das 22h15, marcará a estreia da maioria dos candidatos a prefeito de São Paulo no formato. Com exceção de Guilherme Boulos (PSOL), que teve a experiência nas eleições de 2018 e 2020, os demais postulantes nunca estiveram diante das câmeras para discutir propostas com seus adversários.
O debate também marcará a volta de José Luiz Datena (PSDB) ao canal que o projetou, mas em um papel diferente: pela primeira vez, o público não o verá como apresentador, entrevistador ou entrevistado. Outro aspecto inédito é o encontro com Tabata Amaral (PSB), que se considera traída pelo tucano.
Segundo apurou o Estadão, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Boulos, que têm o apoio de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respectivamente, serão os principais alvos de seus rivais, que de uma forma ou de outra, buscam quebrar a polarização representada pelas duas candidaturas.
A última pesquisa Genial/Quaest, divulgada no dia 30 de julho, aponta para um empate triplo entre Nunes (20%), Boulos (19%) e Datena (19%), seguidos por Pablo Marçal (12%) e Tabata (5%).
Nunes será o principal alvo de Boulos, que deve levantar questionamentos sobre o “abandono da cidade” e suspeitas de irregularidades nas obras públicas tocadas pela gestão do emedebista.
O candidato do PSOL, por sua vez, terá que se defender das costumeiras críticas por seu passado como coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e as invasões de propriedades privadas realizadas pelo movimento social.
Como resposta, segundo apurou o Estadão, Boulos adotará a linha de que as acusações são baseadas em mentiras e distorções. Ele também buscará aproveitar a oportunidade para explicar as pautas defendidas pelo MTST e introduzir propostas sobre moradia
A estratégia de Nunes será usar o debate para se apresentar ao público. O pré-candidato afirmou ainda que colocará propostas em discussão e compartilhará “posicionamentos importantes”. “O meu desejo para o debate de amanhã, o primeiro desta eleição municipal, é que seja pautado pelo respeito, especialmente ao eleitor da cidade de São Paulo”, disse.
Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da rádio e TV Jovem Pan, na última segunda-feira, 5, Nunes afirmou que espera a união entre os outros três pré-candidatos para atacá-los nos debates. “A gente tem que ter muita firmeza de fazer com que as pessoas possam ter a percepção de quem está realmente interessado em discutir a cidade”, afirmou.
Aliados de Datena afirmam que as décadas de experiência na televisão podem ajudá-lo, mas ressaltam que o formato de debate é engessado e que o candidato se preparou para entender a mecânica com a qual não está acostumado.
O tucano procurará o embate com Nunes e Boulos para estabelecer diferenças contra os dois. A campanha considera natural que as críticas se concentrem no emedebista, que já está no cargo, mas afirma que o candidato do PSOL também será um alvo, pois avalia que é fundamental mostrar equidistância.
A estratégia de Datena é se apresentar como um candidato independente, sem padrinhos políticos como Bolsonaro e Lula. O apresentador também quer disputar com Nunes o legado de Bruno Covas (PSDB), ex-prefeito morto em 2021. O discurso será na linha que ele cumprirá promessas de Covas que não foram levadas adiante pelo atual prefeito.
Assim como Nunes, Tabata Amaral usará o espaço no debate para se tornar conhecida pelos eleitores. A estratégia da campanha é aproveitar o tempo para apresentar as propostas de governo e o grupo de trabalho, que conta com aliados do vice-presidente Geraldo Alckmin, ex-integrantes do governo Lula (PT) e a filha do ex-presidente Michel Temer (MDB). Integrantes da campanha afirmam que este é o “melhor momento” para as pessoas conhecerem a candidata.
Sobre possíveis embates com outros candidatos, a campanha do PSB ressalta que não terá nenhum foco especial, mas que será “inevitável tratar dos problemas da cidade de São Paulo e das falhas da Prefeitura” na gestão de Nunes. “Quanto aos outros [Boulos e Marçal], nenhum deles é prioridade, vamos para um debate propositivo”, diz a campanha.
Pablo Marçal será o primeiro a perguntar nos dois momentos dedicados a confrontos diretos e poderá escolher quem vai responder, podendo ditar o ritmo do debate. Durante a convenção partidária do PRTB que oficializou sua candidatura, o ex-coach disse, sem apresentar provas, que dois de seus adversários são “cheiradores de cocaína”. Ele prometeu revelar os nomes em um dos debates ao longo da campanha.
Agência Estado







