Em momento decisivo da campanha, André vira alvo dos adversários e busca ajuda de fora para reagir

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André X Capitão: um certo tom do realismo socialista foi apenas a uma provocação do Focus. A sorte é que nem um e nem o outro vão entender.
André X Capitão: um certo tom de realismo socialista na imagem foi apenas uma provocação do Focus. Sugere-se a um e a outr que, se for o caso,  pesquisar para entender  a ironia. 

A semana que terminou neste domingo fez circular um dos efeitos mais esperados a partir dos números das pesquisas da Quaest e Datafolha, precedidos pelos números da AtlasIntel, que mostraram o crescimento exponencial de André Fernandes (PL) e a progressiva desidratação de Capitão Wagner (UNIÃO): o candidato do PL tornou-se o alvo predileto de dois dos seus adversários mais competitivos (o outro movimento, espera-se, deve ser a mudança de estratégia da campanha do prefeito Sarto).

A primeira artilharia contra André partiu de Sarto (PDT). Ainda na quinta-feira, as redes sociais do prefeito traziam a público vídeo em que o candidato do PL problematizava o fato de “mulher poder opinar sobre estupro”, já que ela não teria órgão sexual masculino – parafraseando imaginário feminista de que homens, “sem útero”, não teriam opinião a dar sobre aborto.

No dia seguinte, um segundo vídeo de André, em que o candidato problematiza o feminicídio pelo fato de terem mais homens sendo assassinados em relação às mulheres, falando mesmo de um “masculinicídio”. Ao fim do vídeo, uma imagem de André com bigode imitando Hitler e a questão: “Será que você sabe quem é André Fernandes?”.

No sábado, a campanha do PDT na TV e no rádio apostou ainda mais fundo, com fatos noticiados durante a pandemia – a desobediência de André numa praia de Pernambuco, rompendo o isolamento social e desrespeitando autoridades locais, e sua declaração de que não havia se vacinado contra a Covid-19, numa imagem que se opunha à de Sarto, que “vacinou toda a cidade”.

O golpe mais duro, porém, que ainda repercute no momento em que esse texto é escrito, foi dado pelo ex-aliado Wagner, que relembrou imagens do tempo em que André era youtuber e mostrava como se cheirava cocaína, junto de uma dúvida lançada ao telespectador: “você confia nele para combater o crime?”.

O vídeo exigiu uma rápida resposta de André nas redes. Em quase dois minutos, André se mostrou surpreso ao dizer que “esperava isso de todos, menos de você”. A resposta circula nas redes de vários apoiadores, inclusive parlamentares de direita que outrora marchavam com o candidato do União. Até Nikolas Ferreira, deputado federal mais votado em 2022, entrou na defesa do candidato do PL.

Grupos de apoio de direita acamparam virtualmente nas redes de Wagner, especificamente na postagem em que o candidato, junto de sua vice, manda um “recado ao povo evangélico”; nos comentários, gritos virtuais tentando desmerecer Wagner por “publicar fake news”. Este, porém, deu várias vezes a mesma resposta aos comentários lá postados: “quem escolheu fazer o vídeo daquele jeito foi ele mesmo. Se você vendo o vídeo achou que era droga, imagina o que passou na cabeça de milhões de crianças e adolescentes que seguiam ele?”.

Na tarde desse domingo, mergulhando de cabeça na polêmica, Wagner publicou vídeo nas redes, com a legenda “não basta ser de direita, é preciso ser direito”, em que diz que “também foi adolescente, mas com certas coisas não se brinca”. Como “pai, cristão e policial”, o candidato fala na “imaturidade” de André e da “inexperiência como desculpa pra tudo”.

A razão de ser da escolha de apoiadores de André para o contra-ataque a Wagner exatamente naquela postagem aos evangélicos tem uma razão de ser: os institutos mostram ainda uma liderança de Wagner nas intenções de voto em relação a André entre os “irmãos” – na Quaest, 33% a 28% e 33% a 30% na AtlasIntel; apenas no Datafolha tem-se um empate entre os dois, dentro da margem de erro.

Enfim, chegamos a um momento quente na disputa. Sarto perde protagonismo, no que diz respeito a ser o alvo dos opositores, e André passa a liderar as intenções de ataque de quem perde com a sua ascensão: o prefeito e Wagner. Evandro permanecerá em silêncio quanto a André, interessando-lhe um segundo turno polarizado.

Fica a questão: teremos uma edição alencarina do “#elenão”, com André como alvo?

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