O fato: Fortaleza desponta como a capital nordestina com maior necessidade de investimentos em projetos ambientais, conforme o relatório Global Snapshot 2024, produzido pelo CDP em parceria com o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia (GCoM). A capital do Ceará submeteu 12 propostas que, juntas, somam um custo estimado de R$ 1,78 bilhão. As iniciativas contemplam áreas como saúde pública, proteção da biodiversidade e geração de energia limpa.
O levantamento analisou projetos climáticos urbanos submetidos por cidades de todo o mundo em busca de financiamento. No Nordeste, além de Fortaleza, outras capitais também apresentaram propostas relevantes. Teresina listou sete projetos, com valor total de R$ 189 milhões, voltados para soluções ambientais com base na natureza e expansão de áreas verdes. Salvador também aparece com sete iniciativas, estimadas em R$ 30 milhões, voltadas à gestão hídrica, eficiência energética, alimentação sustentável e resíduos sólidos.
País em destaque: Com 204 projetos reportados, o Brasil figura entre os países com maior participação no levantamento global. O número reflete o avanço das cidades brasileiras na elaboração de planos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. No entanto, o relatório aponta que 48% dessas propostas ainda se encontram em fase inicial, sinalizando a urgência de suporte técnico e recursos financeiros para sua evolução. A maioria dos projetos brasileiros, assim como os internacionais, segue em busca ativa de financiamento.
Panorama mundial: Ao todo, o relatório mapeou 2.508 projetos urbanos relacionados ao clima em 611 cidades de 75 países. A demanda global por investimentos nessas iniciativas chega a US$ 86 bilhões — um crescimento de 23% em relação à edição anterior. Os setores mais contemplados são os de eficiência energética em edificações, transporte urbano sustentável e soluções baseadas na natureza.
A previsão é de que, até 2030, as cidades precisarão de aproximadamente US$ 4,5 trilhões por ano para implementar ações eficazes contra as mudanças climáticas. O estudo reforça que a articulação entre governos locais, nacionais e o setor privado será fundamental para viabilizar esses recursos e fortalecer a resiliência urbana diante dos riscos climáticos crescentes.