O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, registrou alta de 0,38% em julho, acima do 0,21% observado em junho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o IPCA acumula elevação de 2,87% no ano e 4,50% nos últimos 12 meses.
O resultado mensal superou a expectativa dos analistas consultados pela LSEG, que previam uma inflação de 0,35% para o mês. Anualmente, esperava-se um IPCA de 4,47%.
De acordo com o IBGE, o aumento do índice foi impulsionado principalmente pelo preço da gasolina, que subiu 3,15%, e pelas passagens aéreas, com alta de 19,39%. Outro fator relevante foi o aumento das tarifas de energia elétrica residencial, que registraram crescimento de 1,93% em julho.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em julho. O grupo dos Transportes teve a maior variação, de 1,82%, e o maior impacto sobre o IPCA, de 0,37 ponto percentual, principalmente devido à elevação nos preços dos combustíveis. Além da gasolina, o etanol subiu 5,90% e o óleo diesel, 1,03%, enquanto o gás veicular teve queda de 0,20%.
O grupo Habitação registrou alta de 0,77%, com impacto de 0,12 ponto percentual no índice, influenciado pelo aumento da energia elétrica residencial. A partir de julho, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Também houve uma redução média de 2,43% nas tarifas de uma das concessionárias de energia de São Paulo.
Por outro lado, os preços do grupo Alimentação e Bebidas caíram 1,00%, representando o maior impacto negativo no IPCA de julho, com -0,22 ponto percentual. A alimentação no domicílio teve queda de 1,51% após nove meses consecutivos de alta. A maior oferta de produtos agrícolas contribuiu para essa redução, com destaque para as quedas nos preços do tomate (-31,24%), cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e frutas (-2,84%).
Já a alimentação fora do domicílio apresentou variação de 0,39%, semelhante à do mês anterior. O subitem lanche subiu de 0,39% para 0,74%, enquanto a refeição desacelerou de 0,34% para 0,24%.
Capitais
Entre as 16 localidades pesquisadas pelo IBGE, as maiores altas de preços em julho foram registradas em São Luís e Rio Branco, ambas com 0,53%, influenciadas pelo aumento da gasolina (5,78% e 2,43%, respectivamente). Por outro lado, as menores variações foram observadas nas regiões metropolitanas de Salvador e Aracaju (0,18%), devido ao recuo nos preços dos alimentos, principalmente do tomate.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,26% em julho, ligeiramente acima dos 0,25% registrados em junho. No ano, o INPC acumula aumento de 2,95% e, nos últimos 12 meses, de 4,06%. Em julho, os produtos alimentícios caíram 0,95%, após subirem 0,44% em junho, enquanto os produtos não alimentícios aceleraram de 0,19% em junho para 0,65% em julho.