O fato: O mercado de capitais brasileiro encerrou 2024 com um recorde histórico em dezembro, concentrando R$ 99,4 bilhões em ofertas, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O ano também se destacou pelo volume total de R$ 783,4 bilhões, consolidando-se como o melhor da série iniciada em 2012.
Resultados expressivos: A maior parte das captações de 2024 foi direcionada para títulos de renda fixa, responsáveis por R$ 709,2 bilhões. As debêntures lideraram o segmento, atingindo R$ 473,66 bilhões, o dobro do volume observado em 2023.
De acordo com Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, o desempenho de dezembro surpreendeu positivamente. “Não esperávamos um dezembro tão forte, é um sinal positivo de aquecimento do mercado.”
Destaque para os FIDCs: Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) consolidaram-se como uma das principais ferramentas de captação em renda fixa. O segmento cresceu 86,1%, arrecadando R$ 81,41 bilhões, superando Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Fundos Imobiliários.
Embora as debêntures tenham registrado o maior volume médio por operação (R$ 757,86 milhões), os FIDCs lideraram em número de operações, com 918 ofertas.
Debêntures incentivadas em destaque: As debêntures incentivadas representaram 29% do volume total captado com debêntures, impulsionadas por restrições do Conselho Monetário Nacional a outros títulos isentos de Imposto de Renda, como CRIs, CRAs, LCIs e LCAs.
Mesmo com uma leve redução no prazo médio, as debêntures incentivadas ainda apresentam vencimentos longos, de até 12,9 anos, atraindo novos emissores.
Mercado secundário em alta: Outro ponto positivo foi o aumento de 59,2% nas negociações de debêntures no mercado secundário. Segundo Maranhão, “o mercado primário nunca será saudável se não tiver um secundário atuante”.
Renda variável ainda tímida: Apesar do sucesso da renda fixa, o mercado de renda variável teve resultados modestos, com R$ 25 bilhões captados em apenas nove follow-ons ao longo do ano.