Nova receita: a criatividade da indústria para cobrar mais e entregar menos

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Reportagem do Valor expõe
o movimento silencioso da indústria alimentícia brasileira: além da “reduflação” (menos quantidade por mais dinheiro), agora os produtos passam por uma maquiagem de fórmulas que troca insumos nobres por versões baratas. O consumidor, que já pagava caro por industrializados sem fama de qualidade, vive hoje o pior dos mundos.

O que está acontecendo

  • Chocolates viraram “cobertura sabor chocolate”.
  • Morangos em pedaços deram lugar a polpa processada.
  • Leite e creme saíram, enquanto entraram soro, espessantes e gordura vegetal.
  • As embalagens exibem “nova receita” — exigência da Anvisa —, mas o consumidor precisa lupa para entender o que realmente mudou.

E o preço?

  • Iogurtes e bebidas lácteas subiram 4,2% no ano, acima da inflação de 2,99%.
  • Biscoitos tiveram reajuste de 5,35%, também maior que a inflação.
  • Ao mesmo tempo, a qualidade caiu, com mais gordura saturada e menos cacau e leite.

O jogo da nostalgia

Marcas como Bauducco e Nestlé apelam para o passado afetivo do consumidor: embalagens falam em “sabor da infância” ou “receita dos anos 2000”. Só esqueceram de avisar que junto com a lembrança vieram mais aditivos e menos ingredientes de verdade.

Por que importa

Num mercado que já convive com embalagens menores pelo mesmo preço, a nova onda mistura ilusão e perda: paga-se mais por produtos mais pobres. O Brasil, onde a indústria alimentícia nunca brilhou pela qualidade, agora exporta criatividade para piorar a fórmula sem perder o cliente.

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