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O que houve:
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que os ataques de 8 de janeiro foram uma “agressão inimaginável” às instituições, mas não configuram tentativa de golpe. Segundo ele, faltaram elementos como uma liderança clara e apoio de instituições, como as Forças Armadas.
Por que importa:
A fala de Motta relativiza um ataque direto à sede dos Três Poderes, espaço inviolável da democracia. Como novo presidente da Câmara, eleito com apoio que vai do PT ao PL, ele busca um equilíbrio político, mas seu discurso pode fragilizar a defesa das instituições e normalizar ações antidemocráticas.
O que ele disse:
• “Foi uma agressão às instituições, mas não um golpe. Golpe precisa de líder e apoio institucional.”
• Criticou as penas do STF: “Há um certo desequilíbrio. Não dá para penalizar com 17 anos quem não quebrou nada.”
E agora?
Motta evita definir se pautará o projeto de anistia aos condenados, mas defende diálogo com o Judiciário para “encontrar uma saída”. Para a oposição bolsonarista, suas palavras são um “sopro de esperança”. Para a democracia, ficam as perguntas: como proteger instituições que são relativizadas por quem deveria defendê-las? O que será da democracia se a memória do 8 de janeiro for diluída em discursos convenientes?