O desafio de Elmano: reforma ou estagnação

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Elmano de Freitas. Foto: Reprodução/Gov

O governador Elmano de Freitas avançou para sua segunda reforma administrativa, no espaço de apenas dois anos, movido por um cenário de alerta: pesquisas apontam índices de aprovação sofríveis e em constante queda. O recado das urnas de 2026 pode ser devastador se as ações administrativas e seus resultados não forem mais efetivas.

A história cearense já mostrou que a inércia é fatal. Não foi á toa que José Sarto tornou-se o único na era da reeleição a não garantir um segundo mandato na Prefeitura de Fortaleza. No âmbito estadual, o caso de Lúcio Alcântara, por sua vez, foi diferente. Mesmo com boa avaliação, perdeu apoio dentro do próprio PSDB, num momento em que o Brasil flertava com a mudança política em direção à esquerda.

No entanto, o sinal de alerta de Elmano não vem apenas de exemplos históricos, mas da realidade atual. Os números não mentem: sua gestão, até o momento, não tem empolgado. Em agosto de 2024, uma pesquisa da AtlasIntel posicionou o governador do Ceará, Elmano de Freitas, como o 8º mais bem avaliado do país, com 56% de aprovação e 40% de desaprovação. Porém, percebia-se o índice de reprovação crescente desde a posse.

Em setembro de 2024, um levantamento da mesma instituição, contratado pelo Focus Poder, revelou que asituação do governador em Fortaleza, que tem cerca de 30% da população e 40% da riqueza do Ceará, mostrou que o governador tinha apenas 33% de aprovação contra 59% de desaprovação.

Esses dados indicam uma variação na percepção pública do governador, com uma avaliação até então positiva no âmbito estadual, mas desafios notáveis ​​na capital. Como o Governo trabalha com pesquisas com frequência, o início da reform sinaliza que a situação impõe ajustes administrativos.

Essa reforma administrativa precisa ser mais do que uma dança de cadeiras. O governador precisa priorizar as necessidades técnicas e administrativas, deixando de lado expedientes de inflar a máquina pública com cargos para atender à demandas partidárias. Esse é um dos vícios que marcam gestões no Ceará há anos a fio. 

Com menos de dois anos até as próximas eleições, Elmano não pode depender do desempenho do governo federal para diputar e vencer as eleições de 2026. Uma base de sustentação em Brasília ajuda, o apoio do Governo Federal tmbém, mas não será suficiente para mascarar falhas na gestão estadual. A população cearense quer resultados concretos, especialmente em áreas como segurança, educação e saúde.

Elmano precisa entregar. Sem isso, pode acabar repetindo a história de Sarto — ou até de Lúcio. O tempo é curto, mas ainda há chance de reverter a maré. O foco em eficiência e responsabilidade administrativa não é apenas uma conveniência. É essencial.

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