
O fato: A caderneta de poupança voltou a registrar saldo negativo em abril, com retiradas superando os depósitos em R$ 6,4 bilhões, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Banco Central. O resultado marca o quarto mês consecutivo de resgates líquidos e reforça a tendência de fuga de recursos da aplicação mais tradicional do país.
Depósitos: No mês, os depósitos somaram R$ 349,6 bilhões, enquanto os saques atingiram R$ 356 bilhões. Os rendimentos creditados aos poupadores foram de R$ 6,5 bilhões. O saldo total da poupança segue acima de R$ 1 trilhão, mas acumula perdas expressivas: no acumulado de 2025, as saídas líquidas já alcançam R$ 52,1 bilhões.
Retirada líquida: Desde julho do ano passado, a poupança registra retirada líquida mensal, com exceção de dezembro de 2024, quando os depósitos superaram os saques em R$ 5 bilhões. Ainda assim, o ano fechou com saldo negativo de R$ 15,5 bilhões.
Detalhes: A principal explicação para a migração dos recursos está no atual cenário da política monetária. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou pela sexta vez seguida a taxa Selic, que chegou a 14,75% ao ano. Com isso, aplicações de renda fixa atreladas à taxa básica de juros tornaram-se mais atrativas, pressionando ainda mais a competitividade da poupança, cujo rendimento é limitado.
Em nota, o Copom reiterou a necessidade de cautela diante do ambiente global instável e da inflação persistente, especialmente nos setores de alimentos e energia. O colegiado não indicou se haverá nova alta nos juros em junho, mas o mercado projeta que a taxa permanecerá em 14,75% até o fim de 2025.