O que aconteceu:
O deputado Sérgio Aguiar (PDT) comentou nesta quarta-feira (27), em entrevista à Rádio O POVO CBN, a indicação de Romeu Aldigueri (PDT) para a presidência da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). A escolha foi feita pelo governador Elmano de Freitas (PT) após articulações internas que provocaram a resistência de Fernando Santana (PT), concunhado do ministro Camilo Santana (PT), favorito inicial ao cargo.
Por que é importante:
A eleição da nova mesa diretora de Alece expôs um debate e uma polêmica política entre o grupo do governador Elmano, o ministro Camilo, o senador Cid Gomes (PSB) e lideranças do PDT.
- Sérgio Aguiar, cotado para a presidência, filho de um ex-presidente da Casa que sonha em sentar na cadeira de presidente, é adversário político histórico de Aldigueri no Litoral Oeste. Há outros deputados na mesma situação.
- A escolha de Aldigueri foi vista como um gesto para evitar a ruptura de Cid com o governo, mas interlocutores afirmaram que não foi uma vitória completa para o senador, pois o nome do pedetista Aldigueri era o que menos poderia agrada-lo.
Declarações de Aguiar:
“Vou pagar pra ver. Nas minhas bases políticas, sou concorrente de Romeu. Espero que a nova mesa diretora trate todos os deputados de forma igual, porque a Assembleia não tem um presidente, tem 46 presidentes.”
Sérgio disse ainda que preferiu se afastar das negociações após a indicação de Aldigueri e agora foca em seus projetos como deputado.
Bastidores da escolha:
A retirada de Fernando Santana (PT) da disputa foi articulada sob pressão de Cid Gomes, que não aceitava um petista ligado ao ex-governador Camilo Santana na presidência.
- Elmano de Freitas cedeu à demanda de Cid ao escolher um pedetista, mas optou por Romeu Aldigueri, líder do governo na Casa e não alinhado ao núcleo mais próximo de Cid no PDT.
- Para aliados do governador, a escolha foi estratégica: manteve a base unida, mas não entregou o controle da Casa a um nome preferido do senador. Leia mais aqui.
Vá mais fundo:
O cenário revela as complexidades da relação entre o governo estadual e o grupo político liderado por Cid Gomes.
- Vitória parcial: Cid conseguiu evitar um presidente petista, mas enfrentou um aliado que não é da sua confiança direta. Fica sempre pairando a sensação de que o senador pode, a qualquer momento e diante de outra “desatenção”, promoiver uma ruptura na base governista.
- Governador fortalecido: Pasra muitos, Elmano demonstrou habilidade em articular a escolha e preservar a governabilidade, mesmo com as chamadas despesas políticas agregadas à escolha.
A presidência de Assembleia, que será oficializada em breve, promete manter, por enquanto, o equilíbrio delicado entre os interesses de Camilo, Elmano, Cid e o PDT na condução da política estadual.