Por que importa:
Idilvan carrega a trajetória de quem viu a educação mudar o próprio destino — de filho de caminhoneiro analfabeto no Cariri a um dos nomes mais respeitados da gestão educacional no Brasil. Agora, enfrenta o desafio de liderar a rede pública de Fortaleza, a quarta maior do país, com 250 mil alunos, em meio a desigualdades, violência e uma dívida histórica com professores e estudantes.
“A educação mudou minha vida duas vezes”
“Primeiro, pelos estudos. Depois, por me permitir ver o Brasil inteiro por dentro da escola.”
- Idilvan passou por quase todos os níveis da gestão pública: foi auditor fiscal, secretário de Educação do Ceará, presidente do FNDE, deputado federal e agora secretário municipal.
- Conhece a educação pública de dentro para fora: já visitou todas as 38 escolas indígenas do Ceará e destaca a importância de entender o chão da escola.
- Ele defende que o aprendizado é o principal problema da educação no Brasil hoje — e que sem garantir permanência e valorização dos profissionais, não há futuro.
Os três maiores desafios da educação, segundo ele:
1.Aprendizagem: “A foto da educação ainda é feia, mas o filme é bonito. A gente avançou, mas precisa garantir alfabetização e bons resultados até o fim do fundamental.”
2.Permanência: “Sem políticas como o Pé-de-Meia, o jovem abandona a escola. A evasão custa mais caro que o investimento.”
3.Valorização dos profissionais: “Toda escola é feita por professores e servidores. E todos precisam ser respeitados.”
Fortaleza, desafios e urgência
- A capital tem 250 mil alunos e 613 unidades escolares. Só o transporte escolar atende 10 mil crianças por dia.
- Mais de 5 mil crianças estão na fila por uma vaga em creche.
- A violência afeta o ambiente escolar: casos de agressões físicas a professores e entre alunos se tornaram recorrentes.
- A rede atende 27 mil estudantes com laudos de deficiência, principalmente autismo.
- “Ser diretor de escola pública hoje é uma das tarefas mais complexas da gestão pública.”
Frase-chave:
“Eu sou fruto da escola pública. O que me trouxe até aqui foi uma política pública que apostou em mim.”
O que vem por aí:
* Meta central da gestão: melhorar os resultados de aprendizagem.
* Para isso, foco em infraestrutura escolar, valorização dos professores e inclusão real.
* Promessa de criar uma política municipal inspirada no Pé-de-Meia.
* Defesa da lei que aumenta a pena para agressões contra professores: “Não podemos normalizar a violência nas escolas.”
Bastidores com humildade:
“Me convidaram para ajudar por ser estudioso. Nunca tinha visto nem a Isolda nem o Cid. Fui ficando. E aprendi devagar, subindo degrau por degrau, com respeito.”
Ao fim da conversa, um compromisso:
“Nossa missão é garantir que esses 250 mil estudantes tenham um futuro melhor. Não é sobre mim. É sobre o coletivo.”
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