Por Edson Santana
Post convidado
Nos anos 80 o arquiteto Buckminster Fuller descreveu em seu livro “Caminho Crítico” que a curva de crescimento do conhecimento da humanidade levou 1500 anos para dobrar desde o ano 1DC. Em 1750 o conhecimento humano dobrou novamente, ou seja, levou apenas 250 anos. Em 1900 o conhecimento humano já dobrava a cada 100 anos e no final da 2ª Guerra passou a dobrar a cada 25 anos. Hoje, estima-se que o conhecimento humano dobra de tamanho a cada 12 horas.
Com a velocidade com que as informações circulam e do que parece uma fonte quase que inesgotável de tecnologia, a tendência é de que cada vez mais as máquinas com algoritmos bem planejados e os big-datas dominem o setor produtivo e intelectual.
No meio jurídico a inteligência artificial não realiza tarefas complexas, mas consegue em minutos, com perfeição, analisar milhares de documentos bem como diagnosticar probabilidades de êxitos em demandas contenciosas, entretanto contrariando a profecia do professor britânico Richard Susskind, que previu o fim dos advogados, a advocacia sobrevive bravamente diante todas as mudanças de comportamento, se reinventando.
É certo que essa resiliência parte essencialmente da caminhada solitária dos próprios advogados, já que a desmobilização de algumas instituições dantes robustas moralmente, se tornou evidente sobretudo por conta da vinculação partidária e até mesmo pela falta de vocação e senso coletivo dos seus dirigentes.
Destoando do ano de 1827, quando foi criado o primeiro curso de Direito no Brasil, restrito a aristocracia, é no atual cenário de desafios, entre os cursos de graduação presencial e a distância que multiplicam o acesso à carreira jurídica, que se amplia a discussão e o fomento de novas carreiras nesse universo, deixando evidente que para vencer não basta apenas ter uma formação técnica sólida, mas vocação, espírito empreendedor, coragem para ousar e principalmente estar conectado.
O advogado de hoje, deve ansiar não somente fazer justiça, mas necessariamente deve orbitar as profundas transformações de um mundo conectado, sem esquecer que a vocação jamais será superada.