Por Bruno Queiroz
Post convidado
O futuro da profissão de advogado dependerá da preparação desses profissionais para as novas tendências da área jurídica e, especialmente em tempos de crise, como a pandemia do coronavírus, pela qual o mundo passa, o advogado deverá necessariamente se reinventar.
Uma pesquisa intitulada “O futuro das profissões jurídicas: você está preparado?” realizada pela CEPI/FGV, apresenta, como reflexão para o futuro, competências atuais das profissões jurídicas que tendem a serem adaptadas e/ou extintas. Destacam-se desses resultados, competências como: trabalhar sob pressão (mudança para lidar com novos tipos de cobranças), estabelecer contatos interpessoais (aprimorar), argumentação jurídica (expandir repertório), conhecimento técnicos específicos (aprofundamento), domínio da linguagem jurídica (a ser traduzida) e competências como lidar com trabalhos repetitivos e saber fazer buscas e classificação manual de dados tendendo a não se fazerem mais necessárias.
Esse estudo, muito oportuno, esclarecedor e desafiador, contemplou 35 organizações em sua pesquisa qualitativa. Dentro outros assuntos, a análise abordou as novas competências, destacando-se, pela presença constante nos resultados e notoriedade dada pelos pesquisadores, dentre outras: realizar tarefas de maior complexidade e efetividade, bem como uso de ferramentas tecnológicas que possam auxiliar seus trabalhos, a gestão de processos internos, o trabalho colaborativo em equipe multidisciplinar, a interpretação de dados e capacidade de tradução de linguagens (jurídica e técnica), e, ainda, uma capacitação específica para aprimorar o tratamento interpessoal que o(a) advogado(a) deve oferecer aos demais parceiros e clientes.
Para além do uso da Tecnologia em si, novas demandas advocatícias associadas à TI trarão novos serviços e produtos, contemplando conflitos digitais e crimes cibernéticos, compliance, governança corporativa e regulação de novas tecnologias, segurança de dados, smart contracts entre outros, aos quais, dominando ou não o uso da TI, sendo usuário básico ou avançado, o profissional do Direito precisará conhecer de Tecnologia para prestar tais serviços.
Nesse contexto, a nova advocacia requer profissionais que sejam mais flexíveis, que transitem por áreas empresariais dantes desconhecidas, que se comuniquem com outros profissionais buscando entendê-los e se fazer entender, que sejam mais conciliadores e promotores de resultados em equipe, que potencializam suas principais características como seres humanos, e assim, o advogado do futuro deve adaptar-se, desaprender e reaprender, a todo momento. Eis o grande desafio.