
Átila Varela
atila@focuspoder.com.br
No mercado de shopping centers, o relacionamento entre a Aliansce Sonae e a BrMalls viveu períodos de incertezas. A negociação para combinação de negócios, considerada complexa, pode ter um desfecho positivo. Isso porque Aliansce fez uma nova proposta (a terceira enviada), contendo uma relação de “troca mais favorável aos acionistas”.
Em terras cearenses, o movimento é acompanhado pelo CEO da Jereissati Centros Comerciais (JCC), Fabrício Cavalcante. A estratégia de fusão é um passo importante para encontrar outras áreas navegáveis no segmento, crescer e se consolidar. Uma relação (teoricamente) de ganha-ganha.
O próprio executivo não descarta essa possibilidade para o grupo cearense. Inclusive, há chances de acontecer. Para se concretizar, é necessário começar pelo óbvio: encontrar o “par perfeito”.

Ainda que as pretendentes sejam monitoradas, não há nada de concreto. Tudo ainda na troca de olhares, sem match (como diz o Tinder) ou date à vista.
O que não é embrionário é o apetite da JCC em expandir operações para suas áreas de atuação – leia-se Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Sob o portfólio do grupo estão os ativos com a marca Bosque, incluindo Iguatemi Fortaleza – que passou a se chamar recentemente Iguatemi Bosque. Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, é dono do Bosque dos Ipês. Em Belém, responde pelo Bosque Grão-Pará.
As pistas para a expansão estão em uma espécie de triângulo formado ao ligar as três operações da JCC. É um exercício bem simples: abra o mapa do Brasil e com um lápis interligue as três capitais. Quem entra nesse raio? Cidades como São Luís, Brasília, Goiânia. O executivo não crava nomes, mas também não descarta as regiões mencionadas, assim como cidades do Interior.
Otimismo
O aumento de número de vacinados nas regiões que atua, além do controle da pandemia, fazem com que o JCC busque atingir resultados pré-pandemia. Atualmente, seus shoppings possuem taxa de vacância em queda. No Ceará, algo em torno de 5%.
Durante a pandemia, o grupo buscou diminuir os impactos sobre os lojistas, incluindo a redução de custos e flexibilização de débitos.
Fabrício Cavalcante explica que não é necessário um shopping ter 100% de ocupação. Essa reserva é importante para atrair, por exemplo, novas operações.
Iguatemi Bosque
Para o Iguatemi Bosque, bons resultados em 2022. Segundo as projeções do próprio grupo, serão investidos R$ 33 milhões para a aprimorar a infraestrutura e arquitetura do empreendimento.
Espera-se que neste ano, as vendas totais ultrapassem R$ 1,7 bilhão, crescendo assim 18% em relação a 2021. E mais: 45 novas operações até dezembro e ABL na casa de 97%.