O mercado do futebol, em especial o do futebol brasileiro, mudou bastante e vai continuar a mudar em rápida velocidade. A Lei 14.205/21 (Lei do Mandante) e a Lei nº 14.193/2021 (Lei da SAF) foram marcos regulatórios importantes nesse sentido. A Liga da Série A, seja com uma ou duas organizações, vai vir e vai ser essencial para exportar o produto “futebol brasileiro”. Não somente com a nossa Seleção, mas, talvez o mais importante, com os nossos times – o futebol brasileiro conhecido internacionalmente pelos nossos times. No Brasil, grandes players do setor – BTG; Mubadala; B3; Galápagos; Life Capital – e órgãos regulatórios – CVM acabou de publicar o Parecer de Orientação Nº41 sobre esse assunto – estão se preparando.
O que o Fortaleza está discutido hoje é a SAF, modelo jurídico, esse modelo garante um melhor relacionamento, um relacionamento profissional, com o mercado financeiro e de capitais, nos seus diversos serviços, DMC, Securitização, Operações Estruturadas, Debêntures-Fut, participações em novos FIPs voltados para o setor, IPO etc. de maneira bem resumida, o custo do dinheiro diminui, as oportunidades de investimento diversificam e a transparência aumenta. Precisamos ter acesso a todos os serviços e produtos do mercado financeiro para nos tornamos competitivos diante de uma nova realidade de mercado do futebol (e entretenimento) que está se desenhando de uma maneira rápida.
Os receios são normais, dúvidas, o desconhecido, o novo. Só alguns pontos rápidos do que foi mencionado aqui: 1. Não existe negociação de porcentagem alguma, e, em um futuro, existindo, não é, de maneira alguma de 50%; 2. Também não existe possibilidade de mudança de símbolos e marcas tradicionais do Time; 3. A SAF é subordinada ao Fortaleza Associação e ao seu Estatuto; 4. Os sócios continuam com os votos na Assembleia Geral, que continua como órgão máximo e soberano do Fortaleza.
“Longos dias têm cem anos”. Quem está conduzindo esse processo no nosso time é um grupo pessoas, não apenas o sujeito A ou B, e sempre de maneira clara, séria e democrática, como tem sido pautado todos os movimentos institucionais do Fortaleza Esporte Clube nos últimos anos.
Luís Chaves é mestrando em Economia pelo IDP – Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa. Pós-graduando em Finanças pelo Insper. Graduado em Ciências Sociais pela UFC e Lyon II, na França. Atua no mercado financeiro como sócio da Steiner Capital.