O Brasil, embora ainda incipiente no desenvolvimento de Centros de Serviços Compartilhados (CSCs) globais, mostra um grande potencial para expansão e ganhos significativos, segundo a sétima edição do levantamento “Global Business Services – Catalysts of Value” da PwC.
O estudo, que analisa a posição do Brasil em comparação com outros territórios mais avançados nessa discussão, revela que um terço das empresas globais já possui CSCs multifuncionais, e o Brasil pode se beneficiar dessa tendência.
De acordo com Claudio Machado, sócio da PwC Brasil, o país apresenta uma vantagem competitiva em termos de custos. “Comparado com a América Latina, o Brasil é interessante para se explorar CSCs globais. Apesar de liderar na quantidade de centros que não têm escala global devido a questões de fuso horário e idioma, há vantagens tributárias e cambiais que podem nos favorecer”, afirmou Machado. Ele também destacou que outros países vizinhos, como Costa Rica e Uruguai, possuem mais incentivos para a instalação desses centros.
O levantamento da PwC indica que 30% das organizações globais já migraram para uma configuração multifuncional dos CSCs, mostrando que há muito espaço para transferir mais funções para esses ambientes. A migração pode trazer benefícios como redução de custos, maior eficiência e processos mais enxutos, com 28% dos respondentes apontando que esses centros devem ser responsáveis por entregas rentáveis para processos transacionais e como agregadores de valor ao negócio.
“A transformação digital, a padronização, a expansão para serviços de maior valor agregado e a ampliação do escopo continuam a ser estratégias-chave de CSCs globais para mais de três quartos das empresas pesquisadas. A implementação dessas iniciativas é uma jornada de longo prazo e continua a ser o foco da maioria das organizações”, observou Machado.
A pesquisa contou com a participação majoritária de empresas europeias, com destaque para a Alemanha (18%), Finlândia (12%), Suécia (11%) e Suíça (11%). Globalmente, 16% das empresas participantes estavam sediadas na Ásia-Pacífico e 14% nos Estados Unidos.
Cerca de 31% das empresas entrevistadas pretendem posicionar os CSCs globais como centros para atrair, desenvolver, reter e melhorar as competências de funcionários especializados, e 27% veem esses centros como geradores de valor. Outros 13% consideram os CSCs globais como motores de transformação digital.
“Os CFOs e conselhos de administração reconhecem cada vez mais que, se capacitados, esses centros podem oferecer um espectro mais amplo de valor, incluindo liderar a transformação digital e padronizar processos”, analisou Machado. Segundo ele, 75% das empresas ouvidas pela PwC têm uma estratégia definida para os CSCs globais.
Desafios internacionais
A pesquisa também destacou que episódios geopolíticos influenciam a implementação e atuação dos CSCs globais. Na Europa Central e Oriental, por exemplo, houve um aumento de quase 250 mil novos empregos nesses centros de 2020 a 2023. A pandemia de covid-19 e o conflito entre Rússia e Ucrânia também impactaram a aceitação do trabalho remoto e a atração de talentos de fora dos mercados locais.
Esses fatores podem levar a um aumento de equipes virtuais, considerando países com custos mais baixos para atividades transacionais. Portugal, por exemplo, tornou-se mais atraente para o mercado de CSCs globais na Europa Ocidental.
Sobre a PwC
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