O número de pedidos de recuperação judicial no Brasil atingiu um recorde em julho de 2024, com 228 empresas buscando reorganização financeira por meio da Justiça, segundo o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. Esse número representa um aumento de 29% em relação a junho e mais do que o dobro (123,5%) das solicitações registradas no mesmo período do ano passado, marcando o maior patamar da série histórica, iniciada em 2005.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, destaca que o crescimento nos pedidos de recuperação judicial reflete os desafios enfrentados pelas empresas em um ambiente econômico marcado pela incerteza. “O aumento dessas solicitações reflete os desafios enfrentados pelas empresas, destacando um movimento crescente em direção aos mecanismos legais de reorganização financeira em um cenário econômico incerto”, afirmou Rabi.
A inadimplência elevada entre as empresas é apontada como um dos principais fatores que contribuem para essa tendência. Em junho, 6,9 milhões de CNPJs registraram dívidas, e segundo Rabi, se essa situação não for revertida, o número de pedidos de recuperação judicial pode continuar crescendo nos próximos meses.
As micro e pequenas empresas foram as que mais buscaram a recuperação judicial em julho, com 166 solicitações, seguidas por médias empresas (43) e grandes companhias (19). Esse comportamento reforça a vulnerabilidade das menores empresas frente às dificuldades econômicas, que enfrentam maior dificuldade em acessar crédito e recursos para reestruturar suas operações.
Além dos pedidos de recuperação judicial, o levantamento também registrou 96 solicitações de falência em julho, um aumento de 12,9% em comparação com o mês anterior. No entanto, em relação ao mesmo período de 2023, houve uma queda de 15,8%. As micro e pequenas empresas também lideraram as solicitações de falência, com 58 pedidos, seguidas por médias empresas (23) e grandes empresas (15).