Por Anna Almeida de Magalhães
Post convidado
A advocacia desempenha um papel fundamental na sociedade, servindo como um pilar da justiça e da defesa dos direitos individuais e coletivos. A função do advogado está claramente definida na Constituição Brasileira de 1988, onde, em seu artigo 133, afirma que “o advogado é indispensável à administração da Justiça“, destacando a importância fundamental deste profissional.
Além disso, a Constituição assegura diversas garantias aos advogados, como o direito ao exercício pleno da profissão, que inclui a inviolabilidade de seu escritório e de suas comunicações com clientes, reconhecendo e valorizando o advogado como um agente fundamental para a efetivação da justiça e a proteção dos direitos humanos, reafirmando sua função indispensável na sociedade.
Analisando o cenário atual da advocacia no Brasil, verificamos a mulher advogada desempenhando um papel cada vez mais relevante e influente no mercado de trabalho, especialmente no campo jurídico, que historicamente foi dominado por homens. Nos últimos anos, a presença feminina nas faculdades de Direito, nos diversos cargos públicos do sistema judiciário, defensorias públicas e nos escritórios de advocacia cresceu de forma significativa, refletindo um comprometimento crescente com a igualdade de gênero. O fortalecimento da presença feminina na advocacia é fundamental não apenas para promover a equidade no ambiente de trabalho, mas também para inspirar novas gerações de mulheres a buscarem carreiras no direito.
Apesar do avanço, elas ainda enfrentam desafios como a disparidade salarial em relação aos colegas masculinos, dificuldades na conciliação entre a vida profissional e pessoal, e a necessidade de romper estereótipos que associam a fraqueza à figura feminina. Para advogadas, equilibrar a carreira com as expectativas familiares pode se tornar uma batalha constante. É frequente a a pressão de ter que atender todos os compromissos/demandas profissionais, enquanto busca ser uma presença constante e disponível para os filhos e o parceiro. A busca por equilíbrio entre a vida profissional e pessoal requer um suporte sólido tanto no trabalho quanto em casa, além de estratégias de autocuidado para lidar com as exigências diárias.
Neste cenário de busca de equilíbrio e otimização do trabalho, a tecnologia tem um impacto profundo e positivo no exercício da advocacia, trazendo uma série de benefícios que aprimoram a prática jurídica, ferramentas como softwares de gestão de processos permitem organizar informações de maneira mais sistemática, facilitando o acompanhamento de prazos e a comunicação entre os membros da equipe.
Além disso, o uso de plataformas de videoconferência tem se tornado indispensável para reuniões com clientes e partes envolvidas, realizações de audiências e despachos com magistrados e membros do ministério público, permitindo uma comunicação eficaz, independentemente da localização geográfica.
Dessa forma, a tecnologia aumenta a eficiência operacional e melhora a qualidade do serviço prestado, permitindo que os advogados se concentrem em questões estratégicas e na construção de relações sólidas com seus clientes.
Considerando o papel fundamental para a sociedade, a Ordem dos Advogados do Brasil possui uma importância indiscutível na defesa da advocacia, devendo atuar como um pilar de proteção e promoção dos direitos dos advogados. No entanto, é preocupante observar que sua atuação pode ser percebida como deficitária e inexpressiva, especialmente em momentos cruciais para a classe e para a sociedade civil. Considerando a atuação da OAB/CE, a falta de iniciativas mais contundentes e proativas na defesa de questões prementes, como a valorização da profissão, exercícios de direitos constitucionalmente estabelecidos, condições de trabalho justas, uma atuação concreta na interlocução entre os advogados e os julgadores, bem como o combate a práticas desleais, deixa os advogados desamparados e com a sensação de que suas preocupações não estão sendo adequadamente cuidadas.
Uma atuação mais firme poderia, não apenas reforçar a credibilidade da instituição, mas também fortalecer o sentido de pertencimento e união entre os advogados. O fortalecimento da OAB/CE é vital para que a advocacia cearense se mantenha relevante e influente, e isso requer um compromisso renovado com a proatividade e a eficácia, garantindo que os interesses da classe sejam sempre priorizados e defendidos com a veemência que merecem e que não existe na atualidade.