O fato: A produção industrial cearense registrou avanço de 17,3% em agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado. É o que revela a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do terceiro mês consecutivo de crescimento do setor.
Ranking: Atrás do Ceará estão Pará (16,9%), Mato Grosso do Sul (12,4%), Minas Gerais (7,3%) e Bahia (5,6%). O Brasil, por sua vez, registrou crescimento de 2,2%,
Segmentos: O segmento que mais se destacou foi o de fabricação de produtos químicos, anotando crescimento de 106%. Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, 56,3%. Têxteis, 51,4%. A metalurgia respondeu por 32,6%. Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, 30,7%. Confecção artigos do vestuário e acessórios, 24,4%.
“Esse crescimento mostra que estamos no caminho certo. Temos trabalhado muito na atração de novos investimentos e no apoio às empresas que já estão instaladas aqui no Ceará e buscam expandir o negócio. Nosso principal objetivo é aquecer a economia e, com isso, aumentar a geração de novos empregos aos cearenses. Estamos com saldo positivo de mais de 60 mil postos de trabalho em 2024. É um excelente número, mas temos trabalhado dia e noite para ampliá-lo”, afirma o governador Elmano de Freitas.
Relação: De acordo com o economista Ricardo Coimbra, boa parte da elevação tem relação com a melhora do cenário econômico do País. “A expectativa de crescimento da economia estimula. Acreditava-se em uma taxa de crescimento de 1,5%, mas agora as projeções indicam 3%”, disse.
Dependência: Apesar dos números exitosos, o Ceará segue dependente dos produtos manufaturados. Para mudar o cenário, é importante os investimentos em novas bases produtivas. “Hoje temos o foco na questão da geração de energia limpa, com o hidrogênio verde. A alta da produção industrial é pujante, mas dentro do contexto que vivemos”, ressalta
Mudança: Uma possibilidade é a atração de empresas para a Zona de Processamento de Exportações do Ceará (ZPE Ceará) interessadas na nova matriz energética. “Imagine o grande volume de energia verde que as empresas buscariam, com uma precificação diferente. Tem potencial para atrair companhias de todos os tipos, incluindo tecnologia e outras que demandam cada vez mais produtivos eticamente sustentáveis e de maior valor agregado”, responde.
Longo prazo: A mudança demandará tempo. “É uma mudança de paradigma, de duas décadas”, calcula Ricardo Coimbra. “É preciso primeiro capacidade de estruturação. Veja o caso da CSP. Demorou-se anos da construção até a exportação”, finaliza.
Vá mais fundo:
- Números do Portal da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria, mostram que o Ceará contribui com 1,7% da economia industrial do Brasil. O valor equivale a R$ 34,2 bilhões;
- O Estado aumentou sua participação em 0,1 ponto percentual entre 2011 e 2021;
- A construção responde por 27,3% da indústria. Serviços industriais de utilidade pública, 24,6%. Alimentos, 10%. Couros e calçados, 7,2%. Metalurgia, 6%. Vestuário, 3,8%. Bebidas, 2,7%. Minerais não metálicos, 2,5%. Derivados do petróleo e biocombustíveis, 8,4%. Químicos, 2,3%. Máquinas e materiais elétricos, 2,1%. Têxteis, 1,7%.