STF considera inconstitucional a cobrança de 25% de Imposto de Renda sobre aposentadorias no exterior

COMPARTILHE A NOTÍCIA

O fato: O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na última sexta-feira (18), que a cobrança de 25% de Imposto de Renda (IR) sobre aposentadorias e pensões de brasileiros residentes no exterior é inconstitucional. A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, ministro Dias Toffoli, que apontou a carga tributária como desproporcional.

Decisão: Em seu voto, Toffoli argumentou que a alíquota única de 25% é injusta, pois os brasileiros no exterior não têm acesso à tabela progressiva do IR nem a deduções, diferentemente dos residentes no Brasil. Ele destacou que a imposição de uma carga tributária mais pesada aos residentes no exterior contraria princípios de isonomia e capacidade contributiva, exemplificando que a alíquota média do rendimento tributável para brasileiros no país varia entre 5,5% e 11,6%.

Argumentos: O ministro Alexandre de Moraes também se manifestou a favor da decisão, ressaltando que os brasileiros que vivem fora do país não utilizam os serviços públicos financiados pelos tributos arrecadados no Brasil. Outros ministros, como Cristiano Zanin, Edson Fachin, Luiz Fux, André Mendonça, Gilmar Mendes e Nunes Marques, acompanharam o entendimento de Toffoli.

Histórico: A controvérsia sobre a alíquota do IR remonta a 2019, quando uma aposentada em Portugal questionou a Receita Federal sobre a cobrança de 25%. A decisão favorável da Turma Recursal do Juizado Especial Federal da 4ª Região reconheceu o direito à isenção para valores que não ultrapassassem o limite legal para residentes no Brasil, resultando na condenação da União a restituir valores retidos. A União contestou essa decisão, levando o caso ao STF.

A posição da Receita Federal: O órgão argumentava que os brasileiros no exterior deveriam ser tributados de maneira diferenciada, conforme o artigo 7º da lei 9.779/99. No entanto, o STF entendeu que essa diferenciação gerava desigualdade fiscal.

Situação em Portugal: Em resposta a esse cenário, a Autoridade Tributária de Portugal defendeu que os brasileiros residentes fiscais no país deveriam ser tributados segundo as normas locais. Em 2020, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) estimou que cerca de 6 mil brasileiros com título de residência D7, concedido a aposentados e detentores de renda, residiam em Portugal.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

André continua protegendo Inspetor, mas Capitão dispara a metralhadora

Desmonte: falta medicamentos no IJF e Ministério Público aciona Justiça

Parceira do Focus, AtlasIntel repete 2020 e crava resultado das eleições nos EUA

O Brasil de olho na PPP das Escolas em SP: Um passo à frente ou um retrocesso?

Morre o médico cuja invenção simples e caseira salvou a vida de milhares de crianças no Ceará

Efeito pedagógico da disputa de Fortaleza: futebol e campanha política não se misturam

Direita e centrão tomam capitais e empurram esquerda para o isolamento

“Inspetor Zambelli”, zonas de classe média e “envelhecimento” de André fizeram a diferença pró-Evandro

MP-CE recomenda suspensão de transferência de terras em Jericoacoara

Datafolha: Nunes amplia vantagem sobre Boulos em São Paulo

Moradores de Jeri têm duas semanas para se posicionar sobre acordo surpresa entre a PGE e empresária

Quaest: 38% querem prefeito ligado a Lula e 20% a Bolsonaro

MAIS LIDAS DO DIA

Câmara de SP aprova reajuste de 37% para vereadores em votação relâmpago

‘The Guardian’ anuncia que deixará de postar no X por considerar a plataforma ‘tóxica’

Analistas preveem alta probabilidade de cumprimento da meta fiscal pelo governo Lula em 2024

Ceará registra o maior crescimento no volume das atividades turísticas do Brasil em setembro, aponta IBGE

Governo ainda não discute proposta para limitar carga horária semanal a 36 horas, diz ministro

Sine municipal de Fortaleza oferece 2.510 vagas de emprego

Banco Central vende 4 bilhões de dólares em leilões de linha

Meta enfrenta processo por aquisição de Instagram e WhatsApp para suprimir concorrência, decide juiz

Brasil destina R$ 490 bilhões à educação em 2024, com aumento de 23% em relação a 2021