O fato: Durante a nona edição do ILECE & Trends Experience, realizada no dia 21 de novembro no Coco Bambu do Iguatemi Bosque, em Fortaleza, Paulo Câmara, presidente do Banco do Nordeste (BNB), destacou os resultados positivos alcançados em 2024 e anunciou um volume histórico de investimentos para 2025, estimado em quase R$ 60 bilhões.
O orçamento de 2024 segue o mesmo patamar de 2023, ano em que o banco aplicou R$ 58 bilhões na economia regional e alcançou um recorde histórico com um crescimento de 27% nas contratações. Ainda assim, Câmara ressaltou que a prioridade é garantir que os recursos cheguem efetivamente aos empreendedores. “O que nos interessa é contratar muito e desembolsar muito, porque é assim que mostramos que o trabalho está acontecendo”, afirmou.
Até o terceiro trimestre de 2024, o BNB desembolsou R$ 42,4 bilhões, um aumento de 13,6% em relação ao mesmo período de 2023, e registrou lucro líquido de R$ 1,56 bilhão, crescimento de 2,7%. Para 2025, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) terá um aumento de 18,5%, ampliando os recursos disponíveis para impulsionar a economia regional.
Foco em setores estratégicos e áreas emergentes: O BNB mantém como prioridade os setores tradicionais da economia nordestina, como indústria, comércio, serviços e agronegócio. Contudo, áreas emergentes também têm ganhado destaque nos planos do banco, como turismo, infraestrutura e energias renováveis, com ênfase no desenvolvimento do hidrogênio verde.
Além dos recursos próprios, a instituição busca fortalecer parcerias internacionais com organizações como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Agência Francesa de Desenvolvimento, além de reforçar laços com o BNDES.
Programas de microcrédito e apoio a MPEs: O presidente também ressaltou o papel essencial do BNB nos programas de microcrédito produtivo orientado, como o Agroamigo e o Crediamigo, que juntos atendem mais de três milhões de pessoas. Segundo Câmara, 60% das operações do banco são destinadas a micro e pequenas empresas, consideradas público prioritário da instituição.
Infraestrutura e energias renováveis: O setor de infraestrutura foi destacado como fundamental para o desenvolvimento da região. Paulo Câmara alinhou o papel do banco ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que destina 42% dos seus recursos ao Nordeste. O presidente também enfatizou o protagonismo do banco no financiamento de projetos de energia renovável, consolidando a região como líder nacional na geração de energia eólica e solar.
Desafios e potencial econômico do Nordeste: Encerrando sua participação, Câmara destacou a necessidade de reduzir desigualdades regionais. “O Nordeste tem 27% da população do país, mas apenas 14% do PIB nacional. Precisamos de unidade entre os setores político, empresarial e da sociedade civil para mudar esse cenário e gerar mais riqueza para a região.”
O compromisso do Banco do Nordeste reforça seu papel como catalisador de desenvolvimento, apostando na combinação de investimentos estratégicos, inovação e parcerias para impulsionar o crescimento econômico e social do Nordeste.