O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), realizou nesta segunda-feira, 20, a segunda fase da Operação “Simulatio”. A ação investiga um deputado estadual suspeito de utilizar salários de assessores parlamentares para pagar dívidas contraídas com um advogado que atuava como agiota.
Por que importa: A operação revela um esquema que envolve abuso de cargos públicos para beneficiar interesses particulares, incluindo desvio de recursos públicos e o uso de funcionários fantasmas. O caso já provoca reações no âmbito do Poder Legislativo.
O que foi descoberto:
- Segundo a Procap, o deputado estadual fazia empréstimos financeiros com um advogado agiota.
- Para quitar as dívidas, o parlamentar oferecia cargos em seu gabinete, permitindo que o advogado indicasse assessores parlamentares.
- Esses “assessores fantasmas” repassavam parte dos salários para o advogado, configurando desvio de recursos públicos.
A operação:
- Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Fortaleza e Maracanaú, com apoio da Polícia Civil.
- Foram apreendidos celulares, computadores e documentos nas residências de servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Desdobramento de investigações anteriores:
- A segunda fase da Operação “Simulatio” é um desdobramento da ação iniciada em 2023, que já havia identificado irregularidades no gabinete do deputado.
- Nesta etapa, o foco foi o núcleo operacional, envolvendo funcionários fantasmas que desviaram recursos para pagar as dívidas do deputado com agiotas.
Origem do nome: A operação foi batizada de “Simulatio” por causa da simulação de trabalho feita pelos funcionários fantasmas, que apenas repassavam parte de seus salários ao advogado agiota.