O fato: A arrecadação do governo federal alcançou R$ 2,653 trilhões em 2024, um crescimento real de 9,62% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pela Receita Federal nesta terça-feira. Esse é o maior valor anual registrado desde o início da série histórica, em 1995.
Em dezembro, a arrecadação também foi positiva, com alta real de 7,78%, totalizando R$ 261,265 bilhões, superando as expectativas do mercado, que estimava R$ 258,95 bilhões, segundo pesquisa da Reuters.
Fatores que impulsionaram o desempenho: O resultado expressivo foi influenciado pelo bom desempenho da economia e pela implementação de medidas arrecadatórias. Entre as ações destacam-se a taxação de fundos offshore e exclusivos, o retorno da tributação sobre combustíveis e a cobrança de atualização do valor de bens no exterior.
As receitas administradas pela Receita Federal, que incluem impostos federais como Pis/Cofins e Imposto de Renda, subiram 9,69% no ano, somando R$ 2,524 trilhões. Já as receitas de outros órgãos, com destaque para royalties do petróleo, cresceram 8,27%, atingindo R$ 128,5 bilhões.
No setor de arrecadação, os maiores crescimentos foram registrados no comércio atacadista, entidades financeiras e combustíveis.
Impacto fiscal e desafios econômicos: O aumento da arrecadação é apontado como um fator-chave para o cumprimento da meta de déficit primário zero em 2024, que permite uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB. Apesar do desempenho recorde, analistas do mercado permanecem céticos quanto à capacidade do governo de estabilizar o endividamento público, especialmente devido ao elevado custo com juros da dívida.
O anúncio de medidas adicionais, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, também adicionou incertezas ao cenário fiscal, gerando volatilidade no mercado.