‘Efeito Trump’ acelera a desglobalização; a esquerda deveria aplaudir?

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Em artigo publicado no Estadão, o jornalista José Fucs mostra que o retorno de Trump e suas políticas protecionistas aceleram a desglobalização. O Brasil pode se beneficiar em áreas como segurança alimentar e energética, mas há desafios fiscais. Comentário do Focus Poder: A esquerda, antes feroz crítica da globalização, agora poderia se questionar diante do nacionalismo protecionista de Trump, que a odeia e vice-versa?

Veja um resumo do artigo

  • Mudança iminente: A desglobalização, impulsionada por Trump e o nacionalismo crescente, ameaça reverter os ganhos de integração global. A resistência dos setores da esquerda, que antes viam a globalização como a inimiga número 1, agora não vê nenhum dilema de se opor ao protecionismo de Trump, mas sem esquecer os efeitos da globalização no aumento das desigualdades.
  • Por trás da mudança:
    • Retorno de Trump: Espera-se que ele intensifique as tarifas, especialmente contra a China. Isso pode desencadear uma guerra comercial global com efeitos diretos no Brasil.
    • Globalização em crise: A pandemia e a guerra Rússia-Ucrânia evidenciam as fragilidades da economia global conectada, forçando as empresas a compensar suas cadeias de suprimentos, com aumento de custos e desaceleração do comércio.
  • O Brasil no cenário:
    • Vantagens competitivas: O Brasil pode se beneficiar em áreas como segurança energética e alimentar, dada sua posição estratégica. Mas o país enfrenta desafios internos, como problemas fiscais, que podem limitar o seu aproveitamento das novas dinâmicas globais.
    • O dilema da esquerda: Tradicionalmente crítica à globalização por seu impacto nas desigualdades, a esquerda agora se vê dividida. Se antes do discurso era contra a globalização, agora há o desafio de lidar com o nacionalismo protecionista de Trump, que também ameaça o multilateralismo que muitos defendem (essa é uma questão lateral ao artigo).
  • Efeitos a longo prazo:
    A desglobalização pode resultar numa economia global mais fragmentada, com custos mais altos e mais incertezas. O Brasil, ao contrário de muitas nações construídas, ainda tem oportunidades, mas o cenário é complexo e exige reformas.

Sobre o autor: José Fucs é repórter especial do Estadão, com vasta experiência em economia. Passou por grandes veículos como Época, Exame, Gazeta Mercantil e Folha.

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