Com a volta de Neymar ao Santos, chamou a atenção o impacto financeiro e esportivo já evidente. O programa Sócio Rei, saltou de 48 mil para quase 71 mil inscritos após o anúncio do craque, colocando o clube em posição de destaque no ranking nacional. É importante lembrar que o número de sócios-torcedores não reflete o engajamento real, pois muitos permanecem “sócios no nome”, sem quitação das mensalidades, o que afeta diretamente as receitas dos clubes.
Entrelinhas: Os “sócios-torcedores” são, na prática, “sócios de fantasia”. Muito embora o formato seja a garantia de uma renda efetiva e permanente fundamentalpara a sobrevivência dos clubes, falta transparência na gestão dos recursos. Para os “sócios”, os benefícios são limitados e incluem apenas modestos descontos em compras nas lojas dos clubes e o direito aos ingressos nas partidas. Sem dúvidas, um quadro que pode melhorrar. Quanto mais transparência, mais o torcedor vai investir en sua paixão.
Ranking oficial dos sócios-torcedores: O levantamento do número de sócios-torcedores dos principais times do país, elaborado pelo colunista do UOL, Danilo Lavieri, considerou os clubes que publicam em seus sites o número de inscritos, com exceção de Corinthians, Bahia, Flamengo e Inter.
- Palmeiras – 182.685
O líder incontestável, com uma base que, embora tenha diminuído de 200 mil para 182 mil, se mantém forte, impulsionado pelo programa Palmeiras Pay, que oferece meses gratuitos dependendo do plano adquirido. - Atlético-MG – 107.106
O galo segue em boa posição, mas também enfrenta a variação de adimplência, o que é um desafio comum entre os grandes clubes. - Grêmio – 98.061
Com uma das maiores bases, o grêmio ainda não alcançou os grandes líderes, como o palmeiras, mas mantém uma base robusta. - Cruzeiro – 85.855
O cruzeiro continua sua trajetória, ainda abaixo dos maiores, mas com uma campanha para aumentar seu número de sócios. - Botafogo – 74.181
O Botafogo tem se esforçado para engajar mais torcedores, mas ainda está distante do topo, com a liderança do palmeirense à frente. - Santos – 70.847
O impacto da volta de Neymar foi evidente, colocando o santos em uma posição mais competitiva, mas ainda está longe dos maiores, como o Palmeiras e o Atlético. - São Paulo – 56.968
O são paulo está em uma posição discutida, com um número de sócios específicos, mas ainda precisa de mais adesões para competir com os líderes. - Vasco – 55.254
O vasco também figura entre os dez primeiros, mas enfrenta os mesmos desafios de outros clubes, com uma base que precisa de mais engajamento. - Fluminense – 45.526
O fluminense tem se destacado, mas ainda está abaixo de clubes como o santos, principalmente considerando o impacto que a volta de Neymar gerou. - Fortaleza – 41.958
O Fortaleza é uma das grandes surpresas do nordeste, com uma base sólida de sócios, apesar do PIB do estado representar apenas pouco mais de 2% do PIB nacional. O clube se destaca pela força da sua torcida, que segue crescendo a cada temporada. - Ceará – 40.054
Após amragar dois anos de Série B, o Ceará retornou à elite e já cola no rival, com um crescimento constante em sua base de sócios. O clube cearense, assim como o Fortaleza, mostra que, mesmo com um PIB regional mais modesto, pode ser competitivo no cenário nacional.
Observações importantes:
- O internacional tem 145.545 sócios registrados, mas apenas 106.492 estão adimplentes, o que indica um descompasso entre os dados oficiais e a realidade financeira do clube.
- O Corinthians tem aproximadamente 90 mil sócios, mas apenas 43 mil estavam adimplentes até março de 2024, o que reflete uma grande discrepância entre os números registrados e o pagamento real.
- O Flamengo, com 300 mil sócios registrados, tem apenas 78 mil adimplentes, o que mostra a desconexão entre a base de sócios e a contribuição financeira real dos torcedores.
Conclusão:
O crescimento do Santos, impulsionado pela volta de Neymar, é um reflexo claro de como o programa de sócios pode alavancar clubes de médio porte. No entanto, é fundamental lembrar que o número de sócios não é um indicativo de verdadeiro envolvimento. A inadimplência é um desafio enfrentado por todos, o que distorce a percepção sobre a força financeira de cada clube.
No cenário cearense, tanto o Fortaleza quanto o Ceará mostram que, mesmo com um pib estadual modesto, podem se destacar no cenário nacional. O Fortaleza tem se tornado um exemplo de crescimento, enquanto o Ceará retoma a trajetória de expansão. Com uma base de sócios crescentes e bem posicionados no ranking, ambos mostram que, mesmo com limitações econômicas, o futebol nordestino está ganhando força e relevância.