O fato: A intenção de consumo das famílias brasileiras caiu 0,2% em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (20) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O recuo foi puxado principalmente pela menor demanda por bens duráveis, como eletrodomésticos e automóveis.
Cautela entre consumidores: O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) chegou a 104,5 pontos, sinalizando um nível ainda positivo – já que valores acima de 100 indicam satisfação. No entanto, na comparação com fevereiro de 2024, a queda foi mais expressiva, de 1,1%, sendo o quinto mês seguido de retração anual.
O recuo foi mais acentuado entre famílias com renda superior a dez salários mínimos (R$ 15.180), que reduziram o consumo em 0,5% no mês. Entre os lares com ganhos abaixo desse patamar, a queda foi de 0,2%.
Juros altos impactam consumo de duráveis: O maior impacto ocorreu na compra de bens duráveis, cujo índice caiu 1,6%, atingindo 70 pontos – abaixo do nível de satisfação. A CNC atribui essa retração ao efeito dos juros elevados, que encarecem o crédito e desestimulam compras de alto valor.
Otimismo com o emprego: Por outro lado, a percepção dos consumidores sobre o mercado de trabalho melhorou. O item emprego atual, que mede a satisfação com o trabalho, avançou 0,2%, enquanto a perspectiva profissional registrou a quinta alta consecutiva, subindo 0,4%.
A pesquisa é baseada em 18 mil questionários mensais, coletados em todas as Unidades Federativas. O ICF considera sete indicadores, avaliando emprego, renda, consumo atual e expectativas futuras.