
Por que importa:
A articulação reabre caminho para que Ciro Gomes deixe o PDT — hoje aliado do governo petista no Ceará — e se torne o nome de peso para reorganizar a oposição local. O movimento é liderado por Marconi Perillo e Tasso Jereissati, que buscam devolver protagonismo ao PSDB no Nordeste.
Os bastidores:
• Ciro deve se reunir na próxima semana com Perillo, Tasso e outros dirigentes tucanos.
• O objetivo é aparar arestas e discutir quem será cabeça de chapa: Ciro ou Roberto Cláudio (União Brasil).
• A filiação também pavimenta alianças com União Brasil e PL, apesar do incômodo com o bolsonarismo em nível nacional.
Aspas-chave:
“Tenho certeza de que Ciro reconhece as virtudes de FHC”, disse Marconi Perillo, minimizando as farpas de 2018.
Em 2018, Ciro reagiu a FHC dizendo: “É mais fácil um boi voar de costas. FHC já passou.”
Por que o PDT ficou inviável:
• O partido se alinhou ao governo de Elmano de Freitas (PT) no Ceará.
• Ciro, rompido com o PT desde 2022, quer distância da base governista.
• A relação com Cid Gomes (PSB) também azedou: Cid disse que a candidatura do irmão o deixaria “numa situação constrangedora”.
• Ciro chamou o irmão de “cúmplice” do governo petista.
Nova composição no tabuleiro:
• Situação: Elmano deve tentar reeleição; Eunício (MDB), Guimarães (PT) e Júnior Mano (PSB) brigam pelo Senado.
• Oposição: PSDB, União Brasil e PL discutem chapa única. Alcides Fernandes (PL) pode ser aposta para o Senado.
• Roberto Cláudio (União) é aliado de longa data de Ciro.
Linha do tempo:
• Ciro foi filiado ao PSDB de 1990 a 1997 — governou o Ceará e foi ministro da Fazenda de Itamar Franco.
• Desde então, passou por PDS, PMDB, PPS, PSB, Pros e PDT.
• Ele mesmo chama essa trajetória de “uma tragédia”.
Próximos passos:
A reunião pode selar não apenas o retorno de Ciro ao ninho tucano, mas reposicionar o PSDB como cabeça de oposição no Ceará em 2026. Para o PSDB, é a chance de ressurgir no Nordeste com um nome que ainda guarda capital eleitoral — apesar de rompimentos e polêmicas.