Israel anunciou nesta segunda-feira, 25 de agosto, o rebaixamento de suas relações diplomáticas com o Brasil. A decisão foi tomada após o governo brasileiro se recusar, na prática, a aprovar o nome do novo embaixador indicado por Tel Aviv, Gali Dagan. O silêncio prolongado do Itamaraty diante do pedido de agrément foi entendido como uma negativa, o que levou Israel a retirar oficialmente a indicação. Desde o dia 12, a embaixada israelense em Brasília está sem titular, após a aposentadoria de Daniel Zonshine.
O gesto brasileiro não é apenas um detalhe burocrático. É uma demonstração de descaso com um parceiro que, ao longo das últimas décadas, manteve estreita cooperação com o Brasil em áreas sensíveis como agricultura, tecnologia, segurança e inovação. Israel, um dos polos de vanguarda científica do mundo, sempre abriu portas para a transferência de conhecimento e parcerias. Perder esse nível de interlocução não é uma vitória diplomática, mas uma perda estratégica.
A recusa do governo Lula ocorre em meio às críticas duras e frequentes do presidente contra as ações israelenses em Gaza. O Brasil, que historicamente se orgulhou de exercer papel de equilíbrio e mediação no cenário internacional, parece ter optado por um alinhamento ideológico que prejudica seus próprios interesses. Ao adotar discurso parcial e carregado de ressentimento, Brasília não apenas se afasta de Israel, mas também fragiliza sua credibilidade como mediador em conflitos.
Do lado israelense, a reação foi firme, mas também medida. O rebaixamento não implica ruptura, mas transmite uma mensagem clara: Israel não aceitará ser tratado com indiferença. Ao retirar a indicação e reduzir o nível de sua representação, reafirma sua dignidade diplomática e protege o prestígio de sua política externa. É um gesto de coerência com a gravidade da situação.
O Itamaraty, por sua vez, permanece em silêncio. Mas, neste caso, o silêncio não traduz prudência, e sim constrangimento. A ausência de resposta deixa o Brasil isolado, em uma posição desconfortável. Em vez de preservar a tradição de equilíbrio, o país assume um protagonismo negativo, arriscando relações com um parceiro estratégico e reforçando a percepção de que sua política externa é guiada mais por ideologia do que por pragmatismo.
Israel continuará a avançar em ciência, tecnologia e diplomacia. Já o Brasil, ao transformar aliados em adversários gratuitos, perde oportunidades, enfraquece sua voz internacional e compromete pontes que levaram décadas para ser construídas.
Shalom
