O valor da produção agrícola brasileira atingiu R$ 783,2 bilhões em 2024, queda de 3,9% em relação a 2023, segundo a pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgada nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o segundo ano consecutivo de retração: em 2023, já havia ocorrido redução de 2,3%.
Impacto do clima e dos preços internacionais
O recuo foi atribuído principalmente às condições climáticas adversas, marcadas pelo El Niño, e à queda nos preços internacionais de commodities agrícolas. Embora o país tenha expandido a área plantada em 1,2%, para 97,3 milhões de hectares, maior que a extensão de Mato Grosso, a produtividade caiu.
A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas somou 292,5 milhões de toneladas, volume 7,5% inferior a 2023.
Soja e milho puxaram a queda
Os dois principais grãos do país foram os que mais impactaram o resultado. A soja teve redução de 5% na produção e registrou valor de R$ 260 bilhões, ainda mantendo o Brasil como maior produtor e exportador global. Já o milho sofreu recuo ainda mais acentuado, de 12,9%, afetado por estiagens prolongadas no Centro-Norte, Sudeste e parte do Paraná.
O IBGE destacou que o Centro-Norte, Sudeste e parte do Paraná foram afetados pela estiagem severa, enquanto o Rio Grande do Sul sofreu com chuvas intensas e alagamentos.
Panorama
A pesquisa do IBGE abrange 64 produtos agrícolas, detalhando área plantada, colhida, volume e valor da produção em todo o país. Apesar do cenário desafiador, a agricultura brasileira manteve sua posição estratégica no mercado global, sobretudo na soja, mas enfrenta pressão de fenômenos climáticos e volatilidade de preços.