Entre 2022 e 2024, o Nordeste concentrou 37,4% da redução da pobreza no Brasil, segundo levantamento do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, do FGV Ibre. No período, 6,5 milhões de nordestinos superaram a linha de renda mínima de R$ 696 mensais per capita, estabelecida pelo Banco Mundial.
No mesmo intervalo, 17,3 milhões de brasileiros deixaram a condição de pobreza. A região também se destacou na redução da extrema pobreza (até R$ 218 mensais), com 3,1 milhões de pessoas superando a faixa, o que representa 60,7% do total nacional.
Queda significativa X desigualdade
A proporção de nordestinos abaixo da linha da pobreza caiu de 57,5% para 39,6%, uma redução de 17,9 pontos percentuais. Ainda assim, o índice segue acima da média nacional, que recuou de 36,9% para 23,4%. Apenas a região Norte (37,3%) manteve percentual superior à média do país.
Fatores que impulsionaram a melhora
O estudo aponta como principais motores da redução da pobreza a ampliação dos programas de transferência de renda e o aquecimento do mercado de trabalho. Nesse período, a renda domiciliar per capita média do Nordeste cresceu 20,2%.
Desafios estruturais
Apesar do avanço, a região continua entre as últimas no ranking nacional de renda familiar per capita. O Maranhão (R$ 1.078) e o Ceará (R$ 1.210) figuram nas últimas posições, evidenciando que o crescimento não foi suficiente para eliminar desigualdades históricas.
O levantamento ressalta que alta informalidade no mercado de trabalho e baixa escolaridade ainda limitam a capacidade de sustentação do aumento da renda no longo prazo.