Pesquisa AtlasIntel: Lula retoma protagonismo e redesenha o tabuleiro para 2026

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O relatório de setembro do Latam Pulse Brasil, iniciativa da AtlasIntel e da Bloomberg, revela um dado-chave: Lula volta a ganhar terreno e chega ao segundo semestre de 2025 em posição de força para a sucessão de 2026. Sua aprovação sobe ao maior nível em mais de um ano, e os cenários eleitorais projetam vitórias contra todos os principais adversários da direita.

Enquanto isso, Bolsonaro resiste, mas fragilizado pela condenação judicial, e Tarcísio perde fôlego ao insistir na bandeira da anistia. Já Haddad emerge como alternativa viável do PT, consolidando-se como plano B com capacidade de disputa real.

👉 O balanço do Latam Pulse mostra um tabuleiro redesenhado: Lula e o PT retomam a dianteira, enquanto a oposição ainda busca um nome capaz de competir.

A recuperação de Lula

  • Aprovação em alta: 50,8% em setembro, maior desde janeiro/24, após três meses consecutivos de melhora.
  • Desaprovação em queda: 48,3%, menor índice desde novembro passado.
  • Avaliações positivas em avanço: 46,2% classificam o governo como ótimo ou bom; saldo negativo (-1,8pp) é o menor em mais de um ano.

📌 Impacto: Lula volta a ocupar o centro do debate político e, mesmo diante de altos índices de rejeição, retoma vantagem no ranking de imagem, ultrapassando Bolsonaro e Tarcísio.

Bolsonaro acuado, mas resiliente

  • Rejeição estável: 52%, mesmo após a condenação a 27 anos e 3 meses no STF.
  • Base de apoio consolidada: mantém 42,1% em simulação de 1º turno contra Lula (48,1%).
  • Anistia rejeitada: 57% da população é contra perdão amplo aos envolvidos no 8 de Janeiro.

📌 Impacto: Bolsonaro preserva eleitorado fiel, mas a condenação fragiliza sua condição de candidato. O debate sobre sucessão interna (Tarcísio, Michelle ou Eduardo) ganha força.

Tarcísio em queda de prestígio

  • Rejeição crescente: 50% em setembro (+4pp), pior marca desde 2024.
  • Perdeu fôlego: em agosto vencia Lula por 1,8pp no 2º turno; agora perde por 5,4pp.
  • Narrativa arriscada: sua defesa da anistia e ataques ao STF foram reprovados por 55% dos brasileiros.

📌 Impacto: Tarcísio ainda é o nome mais citado para herdar o bolsonarismo, mas sua erosão de imagem ameaça a viabilidade de uma candidatura presidencial competitiva.

O plano B: Fernando Haddad

  • Crescimento consistente: 37,6% das intenções contra 31,3% de Tarcísio.
  • Trajetória ascendente: desde junho, quando estava atrás 0,7pp, o ministro virou o jogo e ampliou a vantagem em setembro (+2,3pp).
  • Ciro estagnado: apenas 8,7%. Nenhum outro nome da oposição supera 5%.

📌 Impacto: Haddad se consolida como herdeiro natural de Lula, com viabilidade real de liderar a frente progressista em 2026.

Percepções e preocupações da sociedade

  • Principais problemas: corrupção (56%) e criminalidade (49%).
  • Economia dividida: inflação perdeu relevância (20%), mas pobreza e desemprego subiram para 13%.
  • Julgamento de Bolsonaro:
    • 50% consideram o STF imparcial.
    • 53% acreditam na participação de Bolsonaro no plano de golpe.
    • 53% defendem condenação; 44% pedem anistia.

📌 Impacto: O tema da legalidade democrática vai pesar tanto quanto a economia na construção das narrativas de 2026.

Cenários eleitorais para 2026

  • Primeiro turno:
    • Lula x Bolsonaro → 48,1% x 42,1%
    • Lula x Tarcísio → 48,2% x 30,4%
    • Lula x Michelle → 50,2% x 33%
    • Haddad x Tarcísio → 37,6% x 31,3%
  • Segundo turno:
    • Lula vence Bolsonaro por 7pp (51,8% x 44,8%).
    • Lula vence Michelle por 7,3pp (51,9% x 44,6%).
    • Lula vence Tarcísio por 5,4pp (50,6% x 45,2%).
    • Contra Zema, Caiado, Ratinho Jr. e Eduardo Leite → margens acima de 15pp.

Leitura Focus Poder

O relatório do Latam Pulse mostra um reposicionamento estratégico de Lula: aprovação em alta, cenários eleitorais favoráveis e capacidade de transferir votos a Haddad. Bolsonaro, ainda resiliente, enfrenta o peso da condenação judicial e a divisão entre seus herdeiros. Já Tarcísio, antes esperança da direita, acumula sinais de desgaste precoce.

👉 O tabuleiro de 2026, hoje, é dominado pelo PT, com a oposição sem um nome capaz de romper a hegemonia petista no curto prazo.

As tabelas da Atlasintel

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