
O fato: a Black Friday de 2025 deve movimentar cerca de R$ 426 milhões no comércio varejista de Fortaleza, segundo a Pesquisa sobre o Potencial de Consumo do Fortalezense, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC), da Fecomércio Ceará. O valor representa crescimento de 9,7% em relação a 2024, superando o desempenho do Dia das Mães e consolidando a data como a segunda mais importante para o varejo local, atrás apenas do Natal.
Cenário econômico: O avanço reflete um cenário econômico mais favorável, marcado por melhora na confiança do consumidor, recuperação parcial do poder de compra e expectativa de redução das taxas de juros, que torna o crédito mais atraente para a compra de bens duráveis e semiduráveis, categorias tradicionais da Black Friday.
Análises: Para a diretora institucional da Fecomércio-CE, Cláudia Brilhante, o período é estratégico para antecipar compras de fim de ano. “Os consumidores aproveitam as promoções para garantir presentes e produtos de maior valor com descontos relevantes, maximizando o orçamento familiar e buscando parcelamentos mais longos com menor custo financeiro”, explica. Ela destaca ainda que datas comemorativas impulsionam vendas, fortalecem micro e pequenas empresas e ajudam a reduzir a sazonalidade no comércio.
O economista e conselheiro do Corecon, Ricardo Rocha, reforça que a projeção de mais de R$ 420 milhões em compras está ligada à inflação mais baixa, mercado de trabalho aquecido e entrada de recursos extras, como a primeira parcela do 13º salário. Ele alerta, porém, que despesas concentradas no início do ano, como IPTU, IPVA e matrículas escolares, exigem planejamento financeiro.
Os detalhes: Segundo a pesquisa, 43% dos fortalezenses planejam comprar durante a Black Friday, enquanto 16,4% ainda estão indecisos. Entre os que vão às compras, 63,5% priorizam produtos planejados, com ticket médio entre R$ 250 e R$ 1.000, e 42,9% devem adquirir pelo menos três itens, mostrando comportamento de compra moderado e alinhado ao orçamento familiar.
Os produtos mais desejados são eletrodomésticos, seguidos por roupas, calçados, eletrônicos, artigos para o lar, celulares, cosméticos, móveis e decoração. Cláudia Brilhante observa que a diversidade evidencia um consumidor equilibrado, que combina reposição de itens essenciais com aquisição de produtos de maior valor, favorecidos pelo crédito acessível.
A pesquisa também indica que 57,6% dos consumidores pretendem parcelar compras, principalmente no cartão de crédito, geralmente em cinco a dez parcelas, estratégia para manter estabilidade financeira. Sobre canais de compra, 66% preferem lojas físicas, enquanto 61% usam o ambiente digital para pesquisar preços e reputação das marcas.






