As cobranças de Michelle Bolsonaro (PL) a André Fernandes e a seu grupo pelo apoio a Ciro Gomes (PSDB), no evento de lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão (NOVO) ao governo do Ceará já se nacionalizaram, noticiadas por todos os grandes jornais e portais de notícias do país. Sobram declarações da família bolsonaro no rumo contrário às da “esposa”, para parafrasear André, desautorizando-a pelo fato que a opôs às ordens do gran mito.
Até uma reunião convocada pelo alto comendo do PL já tem data marcada para acontecer.
Mas, podemos atentar um pouco mais para um desdobramento pouco observado até o momento: como ficará o destino político de Priscila Costa (PL) na eleição de 2026?
Como sabe, a vereadora não esteve em nenhum dos encontros do Café da Oposição na ALECE, que contaram com a presença de Ciro ou de Roberto Cláudio (ainda sem partido).
Não foi à filiação de Ciro. Não encampou a pré-candidatura de Alcides Fernandes (PL) ao Senado, e nem teve a sua cantada em prosa e verso por grupos que orbitam em torno de André, que têm reiterado que o “candidato de Bolsonaro ao Senado é Alcides” – como esquecer de André nomeando seu pai como “o único” anunciado pelo mito?
Mais próxima do casal Carmelo, Priscila não contou com a presença de André, nem do casal de deputados Silvana e Jaziel, no evento do PL Mulher em Caucaia – o que, aliás, foi lembrado por Michelle no último domingo quando, quase ao fim do seu discurso, fez questão de “agradecer ao Capitão Wagner por ter ido prestigiar nosso evento em Caucaia“.
Pouca gente percebeu o recado de Michelle, e a quem se endereçava, de fato.
Enquanto a ex-primeira dama discursava, cobrando coerência dos “Fernandes”, Priscila sorria efusivamente, a concordar com a radicalidade expressa nas palavras da “mita”. Segundo esta, Priscila “é a minha candidata e a candidata da minha família“.
E Alcides, de quem será?
Nos cards de divulgação do evento de Girão, Priscila figurava como presença confirmada.
Mas, e agora, com os fatos de domingo, sua candidatura se mantém?
Ou melhor, para além de Priscila e Michelle, quem, do PL e com caneta na mão, apostou ou aposta em sua candidatura?
A julgar pela nota emitida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) ao jornal O POVO nesta tarde, Costa nunca foi pensada pelas elite do partido como candidata ao Senado. Vejamos o trecho que nos importa:
“Então, a conta a ser feita no Ceará é a seguinte: ficamos com o discurso, não fazemos nenhum senador e ainda perdemos uma grande puxadora de votos para deputado federal, no caso de a Priscila Costa ser a candidata ao Senado, ou tapamos o nariz e tentamos fazer um senador, neste caso com a candidatura do Pastor Alcides Fernandes […]” (disponível aqui: https://www.opovo.com.br/noticias/politica/eleicoes/2025/12/01/flavio-michelle-atropelou-bolsonaro-sobre-alianca-com-ciro.html).
Perceberam?
Alcides é o candidato e Priscila deverá ser, segundo Flávio, “puxadora de votos” para federal. Mas, e André já não seria esse “puxador”, ou vai voltar para a ALECE, para manter-se em evidência com vistas a 2030, ou vir a ser presidente da Casa numa possível vitória da oposição ao Abolição?
Passadas 24h, nenhuma postagem sobre o dia de ontem pode ser vista nas redes de Priscila. Aquela que se apresentou como “braba” na campanha de 2024, silencia desde ontem.
Contudo, Flávio falou, e muito.







