
O presidente Lula pousou em Fortaleza na noite desta terça-feira e transformou a chegada no Aeroporto Pinto Martins em um ato político cuidadosamente coreografado. Ao lado de Elmano de Freitas, Camilo Santana, José Guimarães, Romeu Aldigueri e Chagas Vieira, o chefe do Planalto posou em formação unificada, um retrato calculado do poder que hoje sustenta o governo no Ceará.
A imagem não é apenas uma recepção protocolar: é uma mensagem.
O “time completo”, como definiu Romeu Aldigueri, quer aparecer como autor do maior pacote de investimentos federais no estado desde o início do governo Lula 3.
O que está por trás da foto
Chagas Vieira antecipou dois anúncios que, juntos, reposicionam o Ceará em cadeias industriais e tecnológicas:
- A montadora do primeiro carro elétrico produzido no Brasil, instalada no estado — aposta de impacto econômico imediato e simbólico num país que tenta correr atrás da eletromobilidade.
- O projeto de Datacenter, que envolve a chinesa ByteDance, a cearense Casa dos Ventos e o fundo Pátria — um movimento que coloca o Ceará na rota das big techs e na disputa por infraestrutura digital de alta escala.
Nada disso é pequeno. Sobretudo porque o governo Elmano busca consolidar o Ceará como hub de energia, tecnologia e logística. Lula chega disposto a carimbar essa agenda.
O discurso político
As falas do grupo afinam o discurso para um só objetivo: mostrar que o Ceará governa alinhado ao Planalto e entrega resultados.
- Romeu Aldigueri puxou o tom celebratório:
“Esse é o time que trabalha em prol de todos os cearenses. Agora o time está completo.” - Guimarães, hoje protagonista nas articulações nacionais, anunciou a notícia mais explosiva:
“Histórico: o primeiro carro elétrico produzido no Brasil será aqui. E professores vão receber a Carteira Nacional.”
É recado para duas bases distintas: indústria e educação. - Elmano fechou no tom estadualista:
“Vem muita conquista por aí para os nossos professores e para o desenvolvimento do estado.”
O coro sincronizado revela mais do que entusiasmo: mostra que o núcleo político do Ceará entrou em modo de campanha permanente. O desembarque presidencial vira palco para reforçar a aliança PT–Camilo–Elmano–Guimarães, que sabe que 2026 começou cedo.
Por que o momento importa
A vinda de Lula ocorre em meio a pressões nacionais, divergências internas no PT e disputas estratégicas no Nordeste. No Ceará, no entanto, a fotografia desta noite projeta o contrário: coesão.
É justamente isso que o Planalto queria mostrar: que, apesar do ruído em Brasília, o Ceará segue sendo vitrine política do governo.
E que os anúncios desta quarta-feira — carro elétrico, datacenter e valorização do magistério — serão apresentados não apenas como investimentos, mas como demonstração de entrega conjunta.
O recado da pista de pouso
A foto é simples, mas o gesto é sofisticado: Lula cercado pelo bloco que governa o Ceará e que o ajudou a vencer no estado com margem larga.






