Estudo novo e mais amplo reforça ação promissora da hidroxicloroquina sobre a Covid-19

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Reuquinol é a marca do medicamento hidroxicloroquina no Brasil.

Por Fábio Campos
fabiocampos@focuspoder.com.br

Surge um novo estudo confirmando o efeito positivo da hidrocicloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19 (veja aqui). Dessa vez, a reportagem é do The New York Times: “O medicamento para a malária hidroxicloroquina ajudou a acelerar a recuperação de um pequeno número de pacientes que estavam levemente doentes com o coronavírus, informaram médicos na China nesta semana. Tosse, febre e pneumonia desapareceram mais rapidamente, e a doença parecia menos provável de se tornar grave em pessoas que receberam hidroxicloroquina do que em um grupo de comparação que não recebeu o medicamento”, informa o jornal em texto assinado pela jornalista Denise Grady.

A coisa está assim: seguidos estudos, mesmo que não tenham contemplado o máximo de rigor científico, apontam que o medicamento, principalmente quando associado à azitromicina, alcança bons resultados. E, sabe-se, vem sendo largamente usado no Brasil e em diversos países, incluindo os EUA. Mesmo assim, a maior parte da comunidade científica se mantém reticente quanto ao seu uso.

Segundo o NYT, os autores do relatório disseram que o medicamento é promissor, mas que são necessárias mais pesquisas para esclarecer como ele poderia funcionar no tratamento da doença por coronavírus e determinar a melhor maneira de usá-lo.

“Isso provocará uma onda na comunidade médica”, disse William Schaffner, especialista em doenças infecciosas da Universidade Vanderbilt. O estudo foi pequeno e limitado a pacientes que estavam com doença leve ou moderada e não em casos graves. Como muitos relatórios sobre o coronavírus, o novo estudo foi publicado no medRxiv, um servidor on-line de artigos médicos, antes de ser submetido à revisão por outros pesquisadores.

Mas as descobertas apoiam fortemente estudos anteriores que sugerem um papel para o medicamento, disse Schaffner. “Eu acho que isso reforçará a inclinação de muitas pessoas em todo o país que não estão em posição de inserir seus pacientes em ensaios clínicos, mas já começaram a usar hidroxicloroquina”, disse ele.

Veja mais da reportagem do jornal de Nova Iorque.

Sem tratamento comprovado para o coronavírus, muitos hospitais simplesmente estão dando hidroxicloroquina aos pacientes, raciocinando que isso pode ajudar e provavelmente não vai doer, porque é relativamente seguro.

Os relatórios anteriores da França e da China atraíram críticas porque não incluíam grupos de controle para comparar pacientes tratados versus não tratados. Os pesquisadores consideraram os relatórios anedóticos e disseram que a falta de controle tornava impossível determinar se os medicamentos funcionavam.

O novo estudo, de 62 pacientes com idade média de 45 anos, possuía um grupo controle. Foi realizado no Hospital Renmin da Universidade de Wuhan, em Wuhan, China. Os pacientes foram cuidadosamente escolhidos para excluir pessoas com problemas médicos que poderiam ser agravados pela hidroxicloroquina, como ritmos cardíacos anormais, certas doenças oculares e problemas renais ou hepáticos.

Metade dos sujeitos – os controles – recebeu apenas os cuidados usuais prestados aos pacientes com coronavírus e metade teve os cuidados usuais mais hidroxicloroquina. Os cuidados usuais incluíam oxigênio, medicamentos antivirais, antibióticos e outros tratamentos.

Sua doença foi considerada leve, apesar de todos terem pneumonia que apareceu nas tomografias. Após o consentimento informado, eles foram designados aleatoriamente para a hidroxicloroquina ou para o grupo controle. Eles foram tratados por cinco dias, e suas febres e tosse foram monitoradas. Eles também realizaram tomografia computadorizada do tórax no dia anterior ao início do tratamento do estudo e no dia seguinte ao término.

A tosse e a febre diminuíram um dia antes nos pacientes que receberam hidroxicloroquina e a pneumonia melhorou em 25 de 31, contra 17 de 31 nos controles.

A doença se tornou grave em quatro pacientes – todos no grupo controle.

Dois pacientes tiveram efeitos colaterais menores da hidroxicloroquina: um teve erupção cutânea e outro teve dor de cabeça.

O Dr. Schaffner alertou que os resultados se aplicavam apenas a pacientes com doenças relativamente leves, como os do estudo, e não podiam ser generalizados para casos avançados.

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