A opção por uma ideologia do atraso; Por Paulo Elpídio de Menezes Neto

COMPARTILHE A NOTÍCIA

Desde que fomos Estado Novo, pelos beirais de 1930, com tenentes e gaúchos a amarrarem as suas montarias no obelisco da Avenida Rio Branco, marinheiros na Central do Brasil, com um cabo Anselmo de araque, pilotos vadios em Aragarças e a “Família com Deus pela Liberdade” — muita coisa aconteceu ou deixou de acontecer por aqui.

Como país, povo e nação fizemos alguns movimentos, empurrados pelos desafios que o mundo trazia, depois de uma guerra trágica. Uma guerra que mudou o mundo e pôs a ferver novas ideologias e tendências autoritárias que só cresceram em pouco mais de 60 anos, neste Brasil demasiadamente brasileiro.

Neste ínterim, os países, esmagados pelos exércitos vitoriosos e por uma destruidora, longa e trágica guerra, renasceram das próprias cinzas e apresentaram-se ao mundo, indiferentes à uma desastrosa e desastrada “guerra fria”, recompondo as suas perdas e ampliando os seus ganhos. Foi um renascimento doloroso, sob as botas das tropas vencedoras, porém armado com a coragem para tudo recomeçar.

China, Índia, Rússia, os pequenos países, novos e tão antigos, a velha Europa renascida e a Ásia, despertada de um repouso letárgico de milênios, são a cara nova da riqueza que se vai construindo longe dos antigos redutos ocidentais. Potências dotadas de um poderio concreto, com avanços tecnológicos que assustam o mundo, e os novos modelos sociais que vieram para ficar.

Tínhamos, deste lado da humanidade, a que chamamos de Ocidente, a presunção de que saímos da Antiguidade, dita, Clássica, para a construção de Roma, na qual foi gerada a Europa Cristã, e dela fez-se o Renascimento e este pariu em suas entranhas — o Iluminismo. Vem daí, como subproduto desses avanços civilizacionais a invenção da democracia.

Enquanto isso, deixávamos o Oriente e o resto do mundo conhecido à parte de nossas cogitações e vantagens presumidas. Largados à barbárie da qual nos desfizemos, protegidos pela poderosa herança judaico-cristã de onde arrancamos a fé, a práxis e a esperança.

E na América Latina, na África — o que aconteceu durante esse percurso de pouco mais de um século?

Os séculos XXI e XXII trazem os augúrios e os sinais convincentes de um prodigioso cenário asiático, a crer na visão de uma ”Nova Rota da seda” que se abre diante da nossa perplexidade, das nossas hesitações e do nosso atraso.

Aspiramos, os filhos desta pátria gentil, o pó de ideologias que nos transportam para o passado e nos enchem de renovadas utopias, com a valorização de mitos que não se sustentam em um mundo feito de futuro e dos avanços que não queremos aceitar.

Há quem pense, entretanto, quiçá equivocadamente, que nos basta esta imersão antropológica em questões de gênero, nas motivações sedutoras sobre comportamento sexual na busca da restauração das raizes das populações originárias às quais tanto devemos.

Basta-nos o nosso passado. O futuro a Deus pertence e aos ditames das novas ideologias em tolerada e franca progressão.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Gustavo Franco e as 7 razões para a crise de credibilidade da política econômica de Lula

Juiz penhora Hilux de Ciro Gomes por dívida com site de esquerda

Trump funda um “novo imperialismo” que inclui até o planeta Marte

Assassinatos caem no Brasil em 2024, Ceará é segundo em taxa de homicídio

Saiba o que Trump prometeu ponto a ponto

Evandro Leitão veta trecho do arrastão da Câmara, mas é a parte de menor impacto ambiental

Ecos de 2022: Deputados pededistas agendam filiação ao PSB

Cid conversa com RC e depois com Luizianne: tem jabuti na árvore

Cid e Roberto Cláudio reatam relação em festa

Sugerido pelo Focus Poder, Refis para inadimplentes da Taxa do Lixo vira proposição da base de Evandro

86% dizem não à algazarra golpista de 8 de janeiro, diz Quaest

Fanatismo, mentiras e degradações

MAIS LIDAS DO DIA

CNJ: Edital do 1.º Exame Nacional dos Cartórios é publicado e inscrições começam amanhã

MPCE aciona Justiça para Detran e AMC converterem multas leves e médias em advertência

Sesa Ceará não pode suspender atendimento pelo SUS no Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar, defendem MPCE e MPF

Município de Paraipaba é condenado a pagar R$ 150 mil aos filhos de idosa que morreu após desabamento em hospital

Custo da mão de obra impulsiona aumento de gastos na construção civil em 2024

Aécio Neves x Marconi Perillo: O futuro do PSDB para 2026; Como ficam os tucanos no Ceará?

Arrecadação federal cresce 9,62% em 2024 e atinge recorde histórico

Pix Automático deve movimentar US$ 30 bilhões no comércio eletrônico nos primeiros dois anos

Inflação dos alimentos que aumentou rejeição a Lula é de 8% em Fortaleza; Veja o ranking