O que aconteceu: Na quinta passada, 05/09, veio a público pesquisa encomendada pelo Focus Poder à AtlasIntel, cujos resultados mostraram um empate técnico, com leve vantagem para André Fernandes (PL), entre os quatro candidatos com maior competitividade nesta eleição: além dele, Evandro Leitão (PT), Capitão Wagner (União) e José Sarto (PDT). Cenário ainda indefinido, porém, com mostras de crescimento considerável dos candidatos da polarização nacional e de dificuldades enfrentadas pelo atual prefeito. Além dos números da intenção de votos, a pesquisa também traz dados sobre a aprovação de líderes políticos que não estão na disputa, ou seja, dos famigerados “padrinhos políticos”. Vejamos abaixo.
A saber: O governo do presidente Lula tem 47% de aprovação e 45% de reprovação entre os entrevistados, o que o põe em situação melhor de aprovação do que os governos de Elmano (37%) e de Sarto (25%) – o que explica, em parte, a associação irrestrita que Evandro vem encenando no HGPE; assim como sua reprovação é menor do que a dos dois: 45% frente a 53% e 67%, respectivamente. Como se vê, grande é o desafio de José Sarto, daí a utilização diária da imagem do ex-prefeito, Roberto Cláudio, que saiu com consideráveis índices de aprovação. Quando se perguntou diretamente aos entrevistados a aprovação da persona política, os resultados também são favoráveis ao núcleo que orbita a candidatura de Evandro: Camilo é aprovado por 56%, Lula por 50%, Cid Gomes por 42% e Elmano por 39%; ao passo que Roberto Cláudio e Ciro Gomes, patronos de Sarto, são aprovados por 53 e 38% dos entrevistados, respectivamente. Ciro, por sinal, possui o mesmo índice da ex-prefeita Luizianne Lins, que, por sua vez, amarga o maio percentual de reprovação (58%), superando mesmo Jair Bolsonaro (56%), que, padrinho maior de Fernandes, tem apenas 36% de aprovação.
Por que importa: Os números acima, de posse das candidaturas, levarão à composição de estratégias e táticas para a gramática da disputa na cidade. A considerá-los dignos de nota, a campanha petista tem um boom de commodities eleitorais que favorecem Evandro; as inúmeras peças publicitárias sobre segurança pública que estão indo ao ar devem ser compreendidas como um aditivo ao candidato, uma vez que a insegurança foi apontada pelos entrevistados como o principal problema da cidade (85%). Também são estes números que nos permitem entender o por quê de, até o momento, estando nas ruas em bandeiras, imagens e bonecos, o ex-presidente Bolsonaro não tenha chegado ao HGPE de André, assim como Ciro Gomes não tenha sido utilizado no de Sarto. Interpelando a imagem de “grupo”, que foi vencedora em 2022, o governismo pode repetir a experiência vivida entre 2007 e 2010, quando governavam Lula, Cid e Luizianne.
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Visão adicional: Por falar em Luizianne, a deputada continua ausente da disputa majoritária em Fortaleza, embora muito presente em diversas candidaturas ao Legislativo e, obviamente, na campanha de seu longo companheiro de jornada, Catanho, em Caucaia. A questão que fica é: em Evandro crescendo sem ela, como manterá seu capital político na cidade após, pela primeira vez em 20 anos, estará totalmente ausente da disputa municipal?
O que vem a seguir: Temos pouco menos de um mês até o dia da eleição. Temperaturas subirão – seja por conta das novas pesquisas, das declarações dos candidatos, dos debates, dos apoios. Lembremos que o PDT, por meio de André Figueiredo, já manifestou desagrado com a entrada de Lula na disputa, uma vez que o seu partido faz parte da base governista em Brasília. Com o crescimento de Evandro, o petista virá a Fortaleza. O que sucederá? O mesmo deverá acontecer com Bolsonaro; seu filho, Eduardo, e sua esposa, Michelle, têm sido utilizados na disputa proporcional aqui. É hora de Sarto e Wagner elaborarem estratégias que os façam fincam espaço no segundo turno. Atentemos-nos!