
O fato: Mesmo com o avanço da inadimplência, o Ceará segue firme diante dos desafios macroeconômicos. Em abril deste ano, o estado registrou um crescimento de 2,5% na quantidade de pessoas com contas em atraso, na comparação com o mesmo mês de 2024. O índice ficou abaixo da média nacional, que subiu 4,6% no mesmo período, segundo levantamento do SPC Brasil e da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL – CE).
Consumidores e inadimplência: A pesquisa aponta que 38% dos consumidores inadimplentes no estado permanecem nessa condição há mais de um ano e menos de três. Já os que acumulam atrasos inferiores a 90 dias representam 8,9%. O tempo médio de inadimplência no Ceará alcançou 29,2 meses, com uma média de dívida por pessoa de R$ 4.402 — valor inferior ao registrado no restante do país, de R$ 4.690.
Dívidas no estado: Outro dado relevante é que o número de dívidas no estado cresceu 6,5%, ritmo superior ao do aumento no total de inadimplentes. Esse movimento sugere que os consumidores estão acumulando mais de uma pendência. Hoje, cada negativado tem, em média, 2,3 contas em atraso.
“O comércio cearense mantém desempenho superior à média nacional, o que reforça a resiliência e a capacidade de adaptação dos nossos empresários frente aos desafios macroeconômicos, como o avanço da inadimplência. Diante disso, a FCDL Ceará permanece firme em seu compromisso de fornecer inteligência de mercado para apoiar a tomada de decisões do varejo cearense”, afirmou Freitas Cordeiro, presidente da entidade.
Crescimento: Apesar do aumento na inadimplência e do cenário de juros elevados e inflação persistente, o varejo cearense apresentou crescimento de 3,5% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. O varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, também avançou, com alta de 5,8%, embora abaixo dos 7% registrados em 2024.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a desaceleração nas vendas já era esperada, resultado das condições financeiras mais restritivas que reduzem o poder de compra das famílias.